Ação contra Nielsen agita TVs mexicanas
Redes questionam serviço realizado com Ibope e podem atrasar licitação de novos canais
Redes questionam serviço realizado com Ibope e podem atrasar licitação de novos canais
Meio & Mensagem
6 de abril de 2014 - 11h21
O órgão regulador de telecomunicações do México espera revelar neste mês as bases do leilão de espectros destinado a dois novos canais abertos no país. Uma batalha judicial envolvendo a TV Azteca e o Nielsen Ibope pode, porém, atrasar o processo que o congresso mexicano vinha considerando um importante processo de estímulo à concorrência.
A TV Azteca processa a medidora de audiência pelo vazamento de dados de centenas de famílias. Um hacker anônimo teve acesso às informações dos domicílios medidos pelo Ibope e os divulgou poucas horas depois de a Nielsen oficializar a aquisição de parte majoritária no negócio, em junho de 2012. A Azteca também cancelou seu contrato com a empresa. A Televisa aproveitou o ensejo e tentou obter mandados de prisão contra executivos da Nielsen Ibope, sem sucesso.
À superfície, o problema parece restringir-se a sigilo de dados, mas é mais profundo. As duas emissoras – que, segundo o Wall Streeet Journal, praticam duopólio de programação de TV aberta no mercado mexicano –, vinham perdendo audiência progressivamente em detrimento à TV paga. Hoje, a penetração da televisão por assinatura chega a 44,3% no país, parecido com o Brasil (44,4%), mas com share de audiência e de publicidade muito maiores, de 29,4% e 10,4% respectivamente, segundo o Conselho Latino-Americano de Publicidade em Multicanais. Por outro lado, a quantidade de mexicanos que assistem à TV aberta caiu de 84% em 2008 para 72% no ano passado, segundo o Ibope.
Apesar de Televisa e Azteca não terem perdido receita publicitária nesse período, a entrada de novos players em TV aberta pode alterar o cenário. Por isso, além de contestar na Justiça o caso envolvendo o vazamento de dados, as emissoras também questionam os números levantados por Nielsen Ibope. A empresa gastou milhões de dólares, segundo o WSJ, para reconstruir o painel de audiência e torná-lo mais seguro contra vazamentos – as medições do país são auditadas pela Ernst & Young, como no Brasil.
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