Cenp-Meios: investimentos sobem 3,14% no primeiro trimestre

Sergio Damasceno Silva
5 de junho de 2025 - 8h58

A indústria publicitária registrou crescimento de 3,14% no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo o Cenp-Meios.

Cenp-Meios: investimentos totais de R$ 4,7 bilhões

O investimento total em mídia foi de R$ 4,7 bilhões, resultado que supera em, aproximadamente, R$ 150 milhões o faturamento de janeiro a março de 2024. Os dados são do Painel Cenp-Meios, levantamento realizado pelo Fórum de Autorregulamentação do Mercado Publicitário (Cenp).Veja os detalhes de cada meio ao final desta reportagem.

Crescimento acima da variação do PIB

O crescimento do setor foi quase três vezes maior do que a evolução do PIB nacional no período, que fechou em 2,9%, segundo o IBGE. Para o presidente do Cenp, Luiz Lara, esse desempenho reforça a importância da comunicação como impulsionadora dos negócios. “A publicidade continua sendo uma indústria capaz de avançar mesmo diante de uma realidade macroeconômica desafiadora, marcada por eventos que fogem ao nosso controle. Esse resultado demonstra o quanto as marcas enxergam os investimentos em comunicação como essenciais para se manterem competitivas, próximas de seus consumidores e conectadas com a sociedade”, afirma Lara. Na avaliação de Lara, a publicidade cresce menos, é fato. “Mas mostra resiliência nesse crescimento e é instrumento fundamental de ativação e de impulsionamento das vendas e da economia porque cresce sobre a base altíssima. Tivemos crescimento recorde em todo o ano de 2024. Essa informação, que é prestada rigorosamente por 316 agências de publicidade, mostra que, se o PIB brasileiro no primeiro trimestre foi de 1,4%, a publicidade continua a crescer três vezes mais porque, sobre um PIB de 1.4%, houve crescimento de 3,14%”, diz o presidente do Cenp.

Cenp-Meios: Internet, TV e OOH

“Destaco o crescimento do meio Internet, da TV e do out-of-home (OOH). Mas, esse ano será mais difícil por eventos que fogem ao nosso controle como inflação e juros altos. Porém, e a pandemia mostrou isso claramente, nenhuma empresa pode abrir mão do seu tom de voz”, analisa. Contudo, Lara diz que 2025 continuar a ser um ano em que a publicidade demonstrará resiliência e a ser instrumento legítimo de iniciativa privada para conquistar mercado. “Estou otimista com relação a isso. Não sei se chegaremos a um crescimento de dois dígitos este ano. Até porque, em 2024, tivemos grandes eventos como a Olimpíada e este ano não temos grandes eventos”, avalia.

Copa do Mundo de Clubes

Porém, ressalva, as emissoras de TV aberta, paga e o streaming têm transformado a Copa do Mundo de Clubes da Fifa, que começa no próximo dia 15, num evento midiático, com a atração de muitos patrocínios. “Mas”, diz, “é claro que é a primeira edição, ainda não dá para comparar com a força de uma Olimpíada.” No entanto, Lara diz que, a despeito de ser um ano mais difícil, pelos próprios dados do varejo o consumo segue resiliente. “Mesmo com inflação e com juros altos nenhuma empresa vai deixar de anunciar. Mas vamos ter um ano mais duro”, afirma. Os dados compilados pelo Painel Cenp-Meios, portanto, se referem aos espaços publicitários efetivamente comprados por 316 agências de todo o País entre janeiro e março de 2025. O levantamento considera, efetivamente, os pedidos de inserção (PIs) executados pelos veículos e organizados por meio, período, estado e região, sem acesso a informações de clientes ou veículos específicos.