Disney e Comcast processam Midjourney por violação de diretos autorais
Empresas alegam que a ferramenta geradora de imagens teria infringido direitos por meio da criação de personagens e elementos de seu portfólio
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Meio & Mensagem
11 de junho de 2025 - 17h26
Gerador de imagens por inteligência artificial, Midjourney é alvo de processos por parte de Comcast e Disney (Crédito: Shutterstock)
Com informações do Ad Age e da Bloomberg News
A Walt Disney Co. e a Comcast Corp. uniram-se para processar a Midjourney Inc., acusando a startup de inteligência artificial de violação de direitos autorais.
Essa ação é mais um sinal da crescente tensão entre grandes empresas de mídia e as novas companhias de IA.
O Midjourney, que foi lançado publicamente em 2022, permite que as pessoas criem imagens realistas, geradas por IA, a partir de comandos de texto. Assim como seus concorrentes, como ChatGPT e Stability AI, o Midjourney construiu seus modelos de IA com conjuntos de dados que coletam imagens de toda a internet.
Embora essas empresas argumentem que a prática é legal sob a doutrina de “fair use” (uso justo) da lei de direitos autorais dos Estados Unidos, isso tem provocado indignação e processos judiciais por parte de uma vasta gama de empresas criativas.
Em um processo protocolado nesta quarta-feira, 11, em um tribunal federal na Califórnia, a Disney e Comcast apresentaram vários exemplos de como o Midjourney, segundo elas, violou personagens protegidos por direitos autorais de filmes e programas de TV, incluindo “Star Wars”, “Os Simpsons”, “Shrek” e “Minions”.
As empresas afirmaram que pediram à startup para parar, mas que seus pedidos foram ignorados. As companhias buscam uma indenização de US$ 150 mil por infração.
“Pirataria é pirataria, e o fato de uma imagem ou vídeo infrator ser feito com IA ou outra tecnologia não o torna menos infrator”, afirma o processo.
Os representantes do Midjourney não respondeu aos pedidos de entrevista à reportagem.
A ascensão da tecnologia de inteligência artificial tem provocado um debate sobre a legalidade de treinar modelos de IA com uma quantidade massiva de dados, incluindo textos, imagens e vídeos produzidos por terceiros. Empresas de mídia tradicionais, que detêm os direitos autorais, defendem que as companhias que desenvolvem esses modelos deveriam pagá-las para usar seus trabalhos no treinamento.
Empresas como a Disney e a Comcast, que é dona da Universal Studios, estão buscando um equilíbrio. Elas querem explorar a IA para aprimorar suas produções de filmes e TV, ao mesmo tempo em que precisam proteger seus valiosos direitos autorais. Recentemente, a Disney, por exemplo, fechou uma parceria com a desenvolvedora de videogames Epic Games para usar IA e levar a voz do Darth Vader para o jogo Fortnite.
O potencial da IA de substituir roteiristas e atores foi um ponto de grande discórdia nas greves de dois anos atrás, que resultaram na conquista de algumas proteções por parte de seus sindicatos.
Fundada por David Holz, que continua como CEO, o Midjourney é uma startup pequena, mas que teve um impacto gigantesco no cenário cultural. Ela foi usada para criar imagens virais, como a do falecido Papa Francisco usando um casaco de inverno, além e imagens falsas do Presidente Donald Trump sendo preso.
O acesso ao Midjourney está disponível através do aplicativo de mensagens Discord e, desde o ano passado, também pelo site da empresa. O servidor do Midjourney no Discord conta atualmente com mais de 21 milhões de membros.
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