Games atraem adtechs e demandam customização
Indústria de jogos já movimenta mais de US$ 150 bilhões ao ano e amplia busca por publicidade aquecendo negócios de empresas como Azerion, Etermax e Gameloft
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Luiz Gustavo Pacete
19 de agosto de 2020 - 6h00
Conhecida por ter se tornado o primeiro unicórnio brasileiro especializado em games, quando ultrapassou US$ 1 bilhão em valor de mercado, em 2019, a Wildlife recebeu novo aporte de US$ 120 milhões na semana passada, valendo agora US$ 3 bilhões. Especializada em jogos para mobile, a empresa se tornou um símbolo do crescimento e potencial da indústria de games no Brasil. De acordo com a consultoria Newzoo, o segmento deve crescer 9% ao ano até 2023 e, em 2020, chegar à receita de US$ 159 bilhões com 2,7 bilhões de jogadores em todo o mundo sendo o Brasil um dos principais mercados.
Como efeito, o crescimento dessa indústria vem impulsionando os negócios de empresas especializadas em games e em publicidade. A multinacional holandesa Azerion, que possui 13,5 mil games e soluções na área de mídia, iniciou sua operação no Brasil com uma parceria com o portal Ig com jogos para computador e smartphone. Leandro Veríssimo, country Manager da Azerion no Brasil, explica que o País ocupa a terceira posição no ranking de maior número de jogadores da empresa somando mais de 1,3 bilhões em inventário de publicidade.
“O brasileiro adora videogames e é o principal meio de diversão para 64% das pessoas. Com esse tremendo horizonte, apresentamos nosso ecossistema de negócios para o mercado de publishers, anunciantes e agências”, diz Veríssimo. A adtech também colocará à disposição do mercado nacional a plataforma GameDistribution, distribuidora de jogos gratuitos de alta performance permitindo aos publishers integrá-los em suas páginas.
Nesta semana, a empresa holandesa lançou globalmente o app Monopoly Poker onde São Paulo é protagonista. De acordo com dados da Statista, mencionados por Veríssimo, foram investidos no ano passado US$ 4,59 bilhões em publicidade em games, valor que deve ultrapassar os US$ 5 bilhões em 2020, sobretudo, em função do aumento do consumo de jogos eletrônicos durante a quarentena.
A argentina Etermax, que atua no Brasil desde outubro do ano passado, também reconhece o potencial do País. A empresa, que possui clientes como Coca-Cola, Sega e Rovio, tem no Brasil um de seus mercados estratégicos globalmente como explica Christian Cunha, diretor de vendas. “O Brasil tem mais de 75 milhões de gamers e no segmento de in-game ads existem várias oportunidades para as marcas aparecerem com anúncios eficazes e divertidos, especialmente em jogos mobile. Na América Latina, cada vez mais usuários estão dispostos a receber publicidade em troca de conteúdo digital gratuito”, afirma.
Sobre os formatos possíveis apontados por Cunha estão Rewarded Videos, em que os jogadores recebem um benefício in-game se assistirem a um vídeo publicitário; Native Ads, que são mensagens que se adaptam à interface do jogo; Sponsorship, que incentiva os jogadores a completarem uma pergunta patrocinada para obter um item especial e os Playable Ads, que são anúncios interativos em que o usuário se envolve com a publicidade e possibilidades de gamificação.
Maite Lorente, gerente de marketing da Gameloft Brasil, empresa de origem francesa já consolidada no mercado brasileiro, lembra que, com os acontecimentos recentes, boa parte da população mundial em casa e as conversas sobre brand safety e fake news, a pressão para entregar conteúdos relevantes, que engaje os consumidores de maneira lúdica e genuína aumentou bastante e para muitas marcas. “Com a ajuda dos games, os consumidores mais jovens entenderam que os bens virtuais têm tanta importância e valor para o status quanto os bens físicos, a dinâmica social é a mesma”, diz Maite.
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