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Os hábitos do brasileiro no pós-pandemia

Pesquisa realizada pelo Datafolha em parceria com a Globo sinaliza que adoção de hábitos saudáveis, maior uso de serviços digitais e diversificação da fonte de renda devem prevalecer no futuro


25 de fevereiro de 2021 - 6h00

(Crédito: Maria Casinos/ iStock)

Há quase um ano a pandemia da Covid-19 vem provocando transformações na maneira como as pessoas trabalham, estudam, se relacionam, se divertem e consomem. Diante da obrigação de rever os hábitos cotidianos, os brasileiros acabaram adotando novos comportamentos e percepções que deverão segui-los mesmo quando o novo coronavírus já for um problema superado.

Na tentativa de compreender as ideias e estilos de vida e de pensamento que irão pautar a sociedade brasileira no pós-pandemia, a Globo, em parceria com o Instituto Datafolha, realizou o estudo “Ideia de Futuro: O Brasil Pós-Pandemia Pode Ser Melhor?”. A pesquisa ouviu 2081 pessoas, com idade superior a 16 anos, de todas as regiões e classes sociais, em dezembro do ano passado.

De início, a maior parte das pessoas (86%) declarou que a pandemia trouxe algum tipo de aprendizado. Para 26% desse grupo, a maior lição diz respeito à importância dos cuidados com a saúde; 23% apontaram que o maior aprendizado foi a solidariedade social, enquanto 17% destacaram a união familiar.

Entre as reflexões trazidas pelo período da pandemia, o estudo mostrou que os brasileiros afloraram a consciência coletiva. Segundo 97% dos entrevistados, a doença acabou mostrando que somos todos iguais. O mesmo percentual afirmou que a maior reflexão que a pandemia trouxe está na percepção do quão desigual é o Brasil e o quanto é importante fazer algo para que isso mude. Já 93% dos entrevistados apontaram que a reflexão maior do período foi a consciência do quanto as ações de umas pessoas impactam a vida de outras e o meio-ambiente.

Reflexões sobre o trabalho também aparecem na pesquisa. De acordo com 90% das pessoas que participaram do estudo, a sociedade está criando formas de trabalho que atendem melhor às pessoas. Já 79% dos entrevistados apontou que as empresas passaram a se comprometer mais com as pessoas através de doações e suporte. A jornada e responsabilidade das mulheres no cuidado com a família foram mais valorizadas no período, na visão de 80% dos entrevistados.

O período também propiciou a construção de novos aprendizados e olhares a respeito de diferentes temas. Nesse ponto, a relação com a casa e a revisão das fontes de renda ganham um peso diferente. A necessidade de adotar um estilo de vida mais saudável passou a ser vista como mais importante para 93% dos entrevistados; 90% declararam notar a importância de escolher um estilo de vida mais sustentável. Já 89% dos pesquisados confessou que passou a dar mais importância à prática de atividades e convivência com os familiares enquanto 84% viu mais importância no ato de cozinhar as próprias refeições. Buscar o melhor desenvolvimento para a carreira profissional e diversificar as fontes de renda foram apontados como soluções importantes para 82% dos entrevistados.

Em relação aos novos hábitos adotados durante a pandemia, os entrevistados citaram cuidar melhor da casa (40%), planejar melhor as finanças (37%), ter mais cuidado com o corpo e com a aparência (30%), utilizar serviços digitais que antes não usava (26%) e não depender de uma única fonte de renda (24%).

Esses novos hábitos também irão impactar as relações de consumo com as pessoas e o quê elas esperam das marcas na opinião de Fabia Juliasz, diretora de pesquisa e conhecimento da Globo. “70% da população espera que as marcas falem de forma clara e aberta com os seus consumidores, que honrem os compromissos assumidos com as suas causas e que realizem ações que apoiem o meio ambiente. Além disso, 68% esperam das companhias ações que apoiem o desenvolvimento social, a educação e a cultura. Sabemos que entregar um produto de qualidade, faz parte do padrão. O que as pessoas hoje preferem é, através do ato de consumo, selecionar marcas e empresas que tenham uma responsabilidade socioambiental, e se possível ligada também à educação e cultura”, destacou a executiva.

O estudo completo está disponível na plataforma Gente, da Globo, e compõe o projeto “Quanto Isso Tudo Passar”, que também conta com campanha publicitaria, ciclo de debates no Globoplay e uma mostra presencial e digital no Museu do Amanhã.

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