Qual é o perfil, funções e salário do profissional de marketing de influência?
Pesquisa do YouPix com Indique revela prevalência de mulheres, pessoas brancas, jovens e sudestinos na área
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Meio & Mensagem
19 de novembro de 2024 - 6h00
Disciplina em ascensão no mercado publicitário, o marketing de influência gera novos negócios e empregos continuamente. Na pesquisa Carreiras & Influência, o YouPix e a plataforma Indique, que conecta profissionais negros ao mercado de trabalho, buscaram fazer um retrato das carreiras no mercado de marketing de influência no Brasil.
Para isso, as empresas aplicaram um questionário a 665 profissionais cadastrados no YouPix e no Indique e realizaram entrevistas qualitativas.
A maioria dos profissionais de marketing que trabalham com influência pertence ao gênero feminino (78%). Profissionais negros são 34% do total. A maioria é branca (64%) e 1,5% são amarelos. Ainda assim, houve aumento de 17% no percentual de profissionais negros em relação a 2022.
No recorte de gênero e raça, as mulheres brancas prevalecem (53%), seguidas das mulheres negras (25%), homens brancos (12%) e homens negros (8%).
Dos profissionais, 34% se declaram como LGBTQIAPN+. Porém, mulheres e homens trans são apenas 0,45% e 0,15% do total, respectivamente.
O estudo indica que tais profissionais têm maior representatividade feminina, de mulheres negras e de pessoas LGBTQIAPN+ do que o restante do mercado publicitário ao comparar o percentual com estudos da Gestão Kairós.
Pessoas com deficiência (PCD) somam 3% do total de entrevistados.
Há uma predominância de pessoas jovens ocupando essas posições. Dos entrevistados, 52% têm entre 25 e 34 anos; 30% estão na faixa entre 35 e 44 e 9,6% têm entre 19 a 24 anos. O restante é dividido entre 45 a 54 anos (5,5%), 55 a 64 (1,9%) e mais de 65 anos (0,45%).
A grande maioria (75%) está na região Sudeste, entre os estados de São Paulo (55%), Rio de Janeiro (13%) e Minas Gerais (6%). Tanto o Sul quanto o Nordeste concentram 9% desses profissionais.
Além disso, o estudo evidencia os preconceitos sofridos pelos profissionais, como machismo (vivenciado por 51%), racismo (42%), discriminação de classe social (25%) e preconceito intelectual (20%).
Há profissionais especializados em marketing de influência em diferentes empresas ligadas ao mercado publicitário. Ainda assim, as agências lideram.
Dos entrevistados, 55% trabalham em agência. Desses, 16% estão em agências de publicidade; 13% em agências que assessoram influenciadores; 11% em agências de influência, mas que não possuem casting próprio; 9% estão em agências de relações públicas e 3% em agência de conteúdo e social.
O restante (22%) trabalha em marcas e 8% atuam como freelancer. Em 2022, a quantidade de freelancers era maior (24%). Segundo o estudo, esses profissionais migraram para as agências, porque em 2022 o percentual de profissionais do tipo em agências era de 38%.
Pessoas pretas e pardas são as que estão há menos tempo no mercado e ocupam menos cargos de liderança. Esses cargos são ocupados majoritariamente por homens brancos, diz o levantamento.
No entanto, os profissionais pretos são maioria (60%) entre os freelancers. Há maior diversidade em consultorias, plataformas de social e agências de publicidade. Porém, em São Paulo, a diversidade é menor.
De forma geral, os profissionais que trabalham com marketing de influência se encontram nos seguintes níveis hierárquicos: sênior (18%), pleno (18%), gerente (16%), coordenador (16%), diretor (10%), júnior (8%), presidente (6%), C-level (3%), estagiário (1,8%) e vice-presidente (0,65%).
Grande parte das mulheres que trabalham com influência ocupa os cargos de coordenadora (17%) e gerente (13%)
Segundo o estudo, diretores, presidentes, C-levels e vice-presidentes trabalham com marketing de influência por mais de nove anos. A maioria dos coordenadores está na área entre três e nove anos e a maioria dos gerentes trabalha com a disciplina entre cinco e nove anos.
Dos entrevistados, 79% são formados em comunicação.
Os salários variam de R$ 5 mil a R$ 7,5 mil (19%); até R$ 3,5 mil (18%); de R$ 3,5 mil a 5 mil (15%); entre R$ 11 mil a R$ 18 mil (15%); R$ 9 mil a R$ 11 mil (11%); R$ 7,5 mil a R$ 9 mil (9%); R$ 18 mil a R$ 25 mil (7%); R$ 25 mil a R$ 40 mil (3%) e acima de R$ 40 mil (2%).
Dos entrevistados, 40% trabalham exclusivamente com marketing de influência; 27% estão em empresas dedicadas somente ao marketing de influência e 28% trabalham em empresas com uma área 100% dedicada à disciplina.
Cerca de 35% atuam em empresas cujas áreas de comunicação e marketing assumem o trabalho com influência e 10% estão em empresas em que vários departamentos tratam do assunto.
Entre as funções principais desses profissionais estão: planejamento estratégico (64%), mapeamento e curadoria de influenciadores (56%), negociação e contratação (50%), relacionamento com influenciadores (42%), gestão de campanhas (42%) e planejamento criativo (40%).
Os profissionais freelancers, normalmente, executam o planejamento criativo (54%), planejamento estratégico (51%), mapeamento de influenciadores (37%), negociação e contratação (26%), gestão de projetos, campanhas e ações (22%) e monitoramento das campanhas e mentoria (20%).
A maioria considera indispensável ser um bom planejador e estrategista, entender de redes sociais e se atualizar, compreender profundamente métricas e KPIs, conhecer técnicas de mapeamento e saber fazer negociação e relacionamento.
Dos entrevistados, 53% utilizam ferramentas de monitoramento de campanhas; 36% usam ferramentas para mapear influenciadores; 35% utilizam inteligência artificial e 12% fazem uso de ferramentas de business intelligence.
Os usos da inteligência artificial são: auxiliar no planejamento (65%), gerar insights (39%), legendar conteúdos (35%), elaborar relatórios e compilar dados (18%), avaliar resultados qualitativos (13%) e editar vídeos e fazer cortes (13%).
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