Publicidade digital seguirá novas regras na América Latina
Padrões da Coalition for Better Ads, que tem como objetivo melhor a experiência dos consumidores, passa a ser adotada em países como Brasil, Chile e Argentina
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Luiz Gustavo Pacete
10 de janeiro de 2019 - 6h47
O Coalition for Better Ads (CBA), convenção anual que se propõe a melhorar a qualidade da publicidade digital, anunciou na quarta-feira, 9, a expansão de seus padrões de anúncios para a América Latina, além de Ásia e Pacífico. Eles já valiam desde 2017 nos Estados Unidos e na Europa. A CBA se baseou em uma pesquisa com mais de 66 mil consumidores em todo o mundo para expandir a prática e evitar publicidade digital de má qualidade. As pessoas que participaram, inclusive, sugeriram formatos considerados saudáveis.
Combate a formatos intrusivos ganha força
A CBA foi criada em 2017 fruto da união de anunciantes e plataformas em busca de tornar a inserção publicitária menos intrusiva. Mais de 25 empresas compõem a CBA, entre elas Google, Unilever, Facebook, Reuters, The Washington Post, Omnicon, P&G, Microsoft, Publicis e também a Associação Brasileira de Anunciantes (ABA). “Os consumidores em todo o mundo deram uma mensagem clara para a indústria de anúncios online sobre perturba a experiência on-line”, disse Stephan Loerke, CEO da Federação Mundial de Anunciantes, em comunicado.
Renato Girard, diretor de operações do IAB Brasil reforça o esforço local em se ajustar às normas. “Nossa associação e os seus membros trabalharam para melhorar o ambiente de publicidade on-line para os consumidores no Brasil”, disse reforçando que as expansões dos padrões de anúncios proporcionarão um impulso adicional para avançar ainda mais neste importante trabalho.”
O programa de melhor experiência de anúncios da CBA certifica que os anúncios publicados por seus membros estejam de acordo com o que se estabeleceu de experiência positiva para o consumidor. Cerca de 70 plataformas em 27 países já estão enquadradas. O Google, um dos membros fundadores do projeto, ressaltou em nota que “os padrões da CBA são um grande passo adiante para nossa indústria. Esse é o primeiro conjunto de anúncios desenvolvido com base na opinião de milhares de consumidores sobre a experiência que eles têm on-line. Como membros da CBA, vamos aderir ao padrão e o filtro do Chrome aplicará as orientações da CBA”, diz a empresa.
Desde 15 de fevereiro do ano passado, por exemplo, a nova versão do Google Chrome nos Estados Unidos, Canadá e Europa vem com um bloqueador de anúncios embarcado. Apesar de, na prática, tratar-se de um “adblock”, a empresa prefere chamar a funcionalidade de “white filter” já que ele bloqueia apenas determinados tipos de anúncios considerados intrusivos e permite quatro formatos para o desktop e oito para o mobile previamente estabelecidos.
Os esforços da CBA são uma resposta à constatação de que os consumidores estão cada vez mais incomodados com formatos de publicidade intrusiva. Uma pesquisa global da Ipsos Public Affairs, feita em 23 países com 18,2 mil pessoas, de 16 a 64 anos, nos meses de setembro e outubro de 2017, apontou que 75% dos entrevistados dizem que anúncios na internet são irrelevantes. No Brasil, o percentual é de 65%.
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