Meio & Mensagem
29 de setembro de 2011 - 1h45
Há uma grande chance, se você tem mais de 40 anos, de ter vivido com intensidade a experiência do Rock in Rio offline.
Quando aconteceu a primeira edição do festival, eu era uma garota de 17 anos – façam as contas – prestando vestibular em São Paulo e não havia a mais remota chance de que a minha mãe me deixasse viajar para o Rio de Janeiro para acompanhar o evento.
Eu me lembro que ficava caçando na programação da TV Globo flashes do que estava acontecendo, escrava de cada break comercial e limitada somente ao conteúdo que a emissora queria nos fornecer.
E no dia seguinte, com que ansiedade aguardava o jornal, com uma ou duas páginas sobre o evento, para saber o que havia rolado. Obviamente, a visão editorial estava limitada a opinião daquele veículo que escolhíamos ler em nossa casa.
Ter vivido essa experiência no passado e acompanhar o Rock in Rio nos dias de hoje, cercada de todos os instrumentos da era digital é para mim uma viagem no tempo. É a certeza total de tudo que não pode mais ser negado, esquecido ou ignorado quando se pensa em comunicação, marca e propaganda.
Comecemos pela experiência de assistir ao festival na TV. Escolhi não estar lá ao vivo. Mais de 40 – you know…
Mas é como se fosse ao vivo, com incríveis ganhos. Gravo tudo na SKY, em alta definição. Vejo na hora que escolho, em qualquer dia da semana, e – para a preocupação dos patrocinadores – pulo todos os breaks comerciais (OK, vejo alguns por ofício da profissão).
Também enquanto o festival está rolando é possível saber tudo o que está acontecendo e você só precisa ter um smartphone. Através do Twitter no meu telefone sei instantaneamente tudo que está se passando no gramado. Que banda está tocando, qual música, qual o artista mais aguardado da noite e – principalmente – o que a galera está achando do que está rolando. Agora pense que isso também está acontecendo com a sua marca nas redes sociais. Neste momento!!!
E é mais incrível ainda a quantidade de conteúdo que transborda através de canais não oficiais. São milhares de vídeos e fotos postados no YouTube e Facebook. Comércio de tickets. Reclamações, elogios. Enfim, tem de tudo e você sente com vigor e calor fantásticos, o que as pessoas que estão lá fisicamente estão realmente vivendo. Não tem jabá.
E tudo isso é trazido a nós pelos meios digitais.
Recentemente eu disse que os meios digitais são como os fios de uma teia de aranha (não é à toa a palavra “web”) que conectam marcas aos consumidores e os próprios consumidores entre si. As marcas têm que saber como vibrar esses fios de forma apropriada, como as cordas de um instrumento musical, para que a sua mensagem atinja os consumidores através dos mais diversos pontos de contato.
O Rock in Rio da era digital vibrou todos esses fios. Conectou as pessoas, momentos e gerações. Estou torcendo para que o pessoal de marketing companhias afora tenha se sentido inspirado por essa energia do “agora” e, assim como a geração desse Rock in Rio, também mergulhe na era digital.
*Ana Maria Nubié é vice-presidente executiva de novos negócios da AgênciaClick Isobar.