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Mídia

Tête-à-tête com o usuário

Veículos aderem ao Google+ e se impressionam com os números de seguidores, embora não reconheçam o perfil e o comportamento dos usuários


12 de dezembro de 2012 - 2h58

Em junho de 2011 o Google lançou a rede social Google+ sem muito alarde. Apenas algumas poucas pessoas tiveram acesso à versão beta da rede e, depois delas, as que já tinham perfis podiam convidar seus amigos e, em pouco menos de um mês de testes, a rede já computava dez milhões de usuários no mundo. Em julho daquele ano, a empresa deixou os testes de lado e lançou a rede social que tem hoje com mais de 250 milhões de usuários cadastrados. “O problema é que muita gente nem sabe que tem uma conta criada na rede social”, explica Ana Brambilla, editora de mídias sociais da Editora Globo. Isso porque o Google+ funciona também como agregador de serviços sociais do Google. Ou seja, todas as pessoas que tenham algum serviço vinculado ao Google — como Gmail, YouTube, Orkut, Picasa Web— automaticamente ganham um perfil no Google+.

“Em uma única camada social você é capaz de agregar todas, sem saber que está utilizando o Google+”, explica Peter Fernandez, head de mobile & social da empresa. Nesse intervalo, muitas marcas, principalmente de mídia, perceberam que há um grande volume de cadastrados e que as ferramentas disponíveis podem ser grandes diferenciais em seu relacionamento com o público leitor ou usuário. Como é o caso do hangout, serviço de vídeo e principal ferramenta e o maior diferencial segundo os editores responsáveis pelas mídias sociais de O Estado de S.Paulo, TV Cultura e Editora Globo, alguns dos grupos de mídia que mais utilizam a rede (leia depoimentos abaixo).

“Não há nenhuma novidade em conversar por vídeo, mas a forma como o Google+ faz, em que você pode conversar com diversas pessoas ao mesmo tempo e organizar hangouts por onde estiver é que o difere das demais redes”, explica Ana. Qualquer um pode organizar um hangout, basta ter uma conta no Google+ e uma webcam: como se fosse uma sala de bate bate-papo, é possível manter uma conversa por vídeo com dez locais diferentes. Em compensação, o número de pessoas que podem assistir ao hangout é ilimitado, basta possuir a URL original.

“É possível fazer hangout com tudo”, diz Ana. “Desde conversas com editores dos nossos títulos, participação dos leitores para falar o que estão achando das nossas revistas, até com artistas sendo entrevistados por jornalistas”, complementa. Na Editora Globo, Ana revela que os hangouts com maior retorno foram com os cantores Claudia Leite e Michel Teló.

Apesar de haver muitas pessoas sintonizadas no Google+, os veículos sentem que falta engajamento perante as marcas. “Se comparado ao Facebook, você percebe que os comentários são menos pessoais”, afirma Claudia Belfort, editora de conteúdo digital do Portal Estadão e TV Estadão. Além disso, o efeito viral ainda é muito maior no Facebook, como explica Eduardo Brandini, vice-presidente de conteúdo da Fundação Padre Anchieta. “Talvez estejamos errando na forma de conversar com os internautas, mas acredito que ainda seja muito cedo para definir o perfil dos usuários”, comenta.  

Editora Globo
6,1 milhões de seguidores no Google+ (somando todas as marcas da editora e da Globo Condé Nast)
1,8 milhão de fãs no Facebook (somando todas as marcas da editora e da Edições Globo Condé Nast)

No lançamento da rede para as marcas, a Editora Globo participou da ação “100 hangouts” promovida pelo próprio Google. O desafio era que as empresas fizessem e testassem a ferramenta. “Mobilizamos dez marcas nossas que possuíam suas páginas para participar”, conta Ana. Quando a revista Galileu promoveu a mudança no projeto editorial, o editor responsável fez um hangout para saber as opiniões de leitores e assinantes. “Com a migração direta do Orkut e a integração com os outros produtos do Google, temos uma grande parcela de nossos seguidores pertencentes à classe C.” A página Mundo do Sítio também tem bastante acesso, e os hangouts feitos para crianças são muito bem-sucedidos conforme ela.  

wraps

O Estado de S.Paulo 
711.561 seguidores
no Google+ (somando todos os canais do Estadão na rede)
529.655 fãs no Facebook (somando todos os canais do Estadão na rede)

“Quando uma empresa do porte do Google lança uma rede social não podemos deixar de estar no meio”, diz Claudia Belfort, editora de conteúdo digital do Portal Estadão e TV Estadão. Assim, o grupo criou suas oito páginas no Google+. De acordo com a editora, a equipe de mídias sociais das editorias percebeu que o perfil do usuário era bem diferente daquele do Facebook. Por isso, os posts são tratados de forma específica nas respectivas redes e nem todas as notícias postadas no Facebook são postadas no Google+, já que engajamento com comentários é bem menor. Em compensação, cada editoria realiza seus hangouts separadamente. Durante as eleições municipais deste ano, O Estadão promoveu um debate pelo hangout com jornalistas da editoria de política do jornal em parceria com a TV Cultura. Os eleitores puderam participar enviando perguntas em formato de vídeo sobre os temas que seriam debatidos.  

wraps

TV Cultura
560.410 seguidores no Google+ (somando todos os canais da TV Cultura na rede)
101.646 fãs no Facebook (somando todos os canais da TV Cultura na rede)

A equipe de redes sociais da TV Cultura não diferencia o conteúdo entre as redes. Isso porque, segundo Eduardo Bernardini, vice-presidente de conteúdo da Fundação Padre Anchieta e ex-gerente de multimídia, ainda não foi possível criar uma base comportamental dos usuários, apesar de perceber que o engajamento deles é bem menor no Google+. “Apesar de não termos tantos comentários como no Facebook não podemos abrir mão de meio milhão de pessoas que nos seguem lá”, explica. Para ele o grande atrativo é o hangout. Na semana do dia das crianças, a TV Cultura realizou diversos encontros virtuais com as crianças e percebeu ali um grande atrativo. Atualmente, a emissora aposta na utilização dos chats em vídeo no jornalismo, levando em consideração o poder da interatividade e a atualização frequente em todos os canais.  

wraps

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