Veículos dos EUA irão testar drones
Dez empresas de mídia se unem para avaliar desenvolver formas seguras de utilizar o equipamento em coberturas jornalísticas
Dez empresas de mídia se unem para avaliar desenvolver formas seguras de utilizar o equipamento em coberturas jornalísticas
Meio & Mensagem
16 de janeiro de 2015 - 11h09
Um grupo formado por dez grupos de mídia dos Estrados Unidos (incluindo o jornal The New York Times, a Associated Press e a NBC Universal), irá testar o uso de drones na cobertura jornalística. A intenção é persuadir o governo do país a ampliar o uso comercial das aeronaves não tripuladas.
Essa organização de veículos se juntará a Universidade de Tecnologia de Virgínia para estudar o uso dos drones em um dos seis casos aprovados pelo Congresso norte-americano, de acordo com comunicado divulgado nesta quinta-feira, 15.
A ideia dos grupos de midía é tentar ganhar do governo a autorização para utilizar as pequenas aeronaves em coberturas jornalistas nas quais a presença de repórter ou fotógrafos seria inviável ou muito perigosa. Embora já tenha feito algumas exceções, a Federação Administrativa de Aviação (FAA) proíbe o uso comercial dos drones.
“A Associated Press está animada em se unir a outras companhias de mídia para explorar com segurança e responsabilidade o uso da tecnologia dos drones para a captação de notícias que estão além da nossa possibilidade de captação”, disse Santiago Lyon, diretor geral da Associated Press, em comunicado.
Outros grupos de mídia que participarão do projeto de testes de drones são a Advance Publication, A.H. Belo, Gannett, Getty Images, E.W. Scripps, Sinclair Broadcast Group e Washington Post. A CNN já havia declarado, no início da semana, que iniciaria os testes com drones em sua cobertura jornalística em parceria com o Instituto de Pesquisa e Tecnologia da Georgia.
Repórter algoritmo
O interesse geral pelas aeronaves não-atripuladas mostra que, apesar do mobimentação de redução de custos e até mesmo de funcionários que muitos grupos vêm fazendo, outros continuam investindo em novas tecnologias. No ano passado, o Los Angeles Times publicou uma matéria sobre um terremoto, escrita inteiramente por um algoritmo de computador.
A FAA está trabalhando para estabelecer as normas de regulação do uso comercial dos drones, que se tornaram cada vez mais populares entre os civis. A agência já abriu algumas exceções na proibição. Algumas companhias de cinema já foram autorizadas a utilizar os drones. Também foi aprovada a utilização da aeronave para a inspeção de equipamentos e plataformas petrolíferas, para mapear fazendas e para a captação de imagens utilizadas em ações de marketing imobiliário.
A FAA, no entanto, geralmente exige que as empresas que pretendem operar os drones façam uma notificação do uso com três dias de antecedência. Esse é um ponto de reclamação das empresas de mídia, que alegam ser impossível prever com tanta antecedência a cobertura factual de notícias.
O uso de drones para fins jornalísticos também envolve questões de segurança e de privacidade, especificamente perto das áreas de grande concentração populacional ou na cobertura de grandes eventos esportivos. Em 2013, por exemplo, um drone caiu em uma arquibancada do Virginia Motorsports Park, causando ferimentos leves em vários espectadores do evento.
Uso no Brasil
A imprensa brasileira já fez experimentos com drones em algumas coberturas especiais. Durante os protestos de junho de 2013, a Folha de S.Paulo utilizou as pequenas aeronaves para captar imagens e cenas das multidões pelas ruas das cidades brasileira. O material, além de ser utilizado na cobertura impressa e digital do jornal, também foi aproveitado no documentário Junho, lançado pela própria Folha.
Outros veículos, como o jornal O Globo, também utilizou drones na cobertura dos protestos e em outras reportagens especiais. O portal Terra colocou as pequenas aeronaves no céu de Salvador, para captar imagens do Carnaval no ano passado.
Com informações do Advertising Age e da Bloomberg News
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