Vice entra em processo de recuperação judicial nos EUA

Meio & Mensagem
15 de maio de 2023 - 9h36

O Vice Media Group entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. A empresa, dona de veículos como Vice e Motherboard, encontrou no chamado Capítulo 11, uma alternativa para driblar o momento de crise pelo qual vem passando nos últimos anos.

Vice encerrou operações no Brasil em 2020 (Crédito: Divulgação/Vice-Media-Staff)

Com a medida, a companhia busca sanar dívidas enquanto adia prazos de pagamento em meio à tentativa de manter a empresa em operação. Ademais, a Vice receberá cerca de US$ 225 milhões em crédito para manter os ativos da empresa, bem como assumir responsabilidades em meio ao processo de falência. O capital viria do consórcio de credores, que envolve o Fortress Investment Group, Soros Fund Management e Monroe Capital.

De acordo com a Reuters, os ativos e passivos da empresa ficam entre US$ 50 milhões a U$S 1 bilhão. O grupo teria recebido o consentimento para usar mais de US$ 20 milhões para financiar seus negócios durante o processo de venda. Uma reportagem do The New York Times indica que pelo menos cinco empresas já manifestaram interesse em adquirir a Vice, conforme indicam pessoas familiarizadas com o assunto.

Em comunicado emitido no começo do mês, o Vice Media Group afirmou que “está envolvido em uma avaliação abrangente de alternativas estratégicas e planejamento”. Ainda, foi cogitada a possibilidade de abrir capital para enfrentar a crise, o que não se concretizou.

Recentemente, o conglomerado comunicou o encerramento da Vice World News, uma iniciativa global de reportagem que cobria conflitos mundiais e questões relacionadas a direitos humanos. Anteriormente, houve o anúncio do cancelamento do programa Vice News Tonight. O BuzzFeed Inc também encerrará sua divisão de notícias.

A Vice pré recuperação judicial

Fundada em 1994 em Montreal, no Canadá, a Vice viu seus tempos de ouro enquanto uma empresa de mídia global. A empresa contava com estúdio de cinema, uma agência de publicidade e diversos escritórios – inclusive, no Brasil, cuja operação foi encerrada em 2020. Em 2015, o grupo foi alvo de interesses da Disney, que chegou a investir quantidades significativas de capital no negócio.

As demissões no grupo chegaram a altos executivos. Neste ano, a empresa despediu-se da então presidente executiva Nancy Dubuc. Ela permaneceu na companhia durante quase cinco anos. A Vice também registrou a saída do presidente global de notícias e entretenimento, Jesse Angelo.