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NRF

E se Magic Johnson fosse CEO?

Em evento recheado de executivos, ex-atleta mostra que tem uma habilidade importante além das quadras


16 de janeiro de 2024 - 14h04

Já contei que essa é a minha primeira vez na NRF. Cheguei aqui cheio de expectativas. Os professores da Starse me ajudaram a montar uma programação bacana, encontrei um monte de gente legal e me esforcei para estar bem atento em todas as apresentações.

Até agora já vi 14 C-levels no palco. “Presidents”, “leads”, “heads”, “Executive Vice Presidents” e outros “chiefs” mostraram no maior evento do varejo do mundo que estão preparados para representar suas corporações em frente a multidões. Nenhum deles gaguejou, errou ou atrasou. Todos estavam muito bem preparados, ensaiados e planejados. Vi slides caprichados, discursos bem montados e vídeos corporativos bem feitos. Com suaves diferenças nas roupas e estilos,cada um deixou sua contribuição. A CEO da Levi´s espertamente usou uma saia jeans. O CEO da Salesforce deu exemplos curiosos e criativos. A presidente da Under Armour levou uma atleta para entrevistá-la. E alguns usaram uma meia mais engraçadinha. Tudo seguindo conforme o script planejado por algum profissional muito experiente de comunicações daquela “senhora corporation” ali representada. E no meio disso tudo… sobe um astro da NBA no palco.

Magic Johnson também é empresário e investidor em negócios de diferentes esportes e outros setores, como alimentação. Ele falou que é obcecado por números e que toma decisões ouvindo bons mentores. Deu algumas dicas de negócio, mas foi muito além disso. Johson foi o ÚNICO apresentador que desceu do palco, abraçou pessoas, contou histórias da sua mãe, admitiu que odiava seu competidor, falou da sua fé, brincou com a dificuldade de lidar com a geração Z e deu largas risadas. Adivinha quem foi o mais aplaudido do dia?

Fico impressionado como o mundo corporativo ainda não conseguiu entender o grande benefício que existe em ser mais humano. A comunicação fica muito mais impactante e a conexão mais profunda. E tenho certeza que isso não aconteceu apenas porque ele era uma celebridade. Ao contrário, talvez seja justamente por isso que Magic Johnson consegue ir além das quadras.

“Nós da corporação XPTO nos preocupamos muito com a nossa missão e por isso criamos 8 regras que ficam bonitas no powerpoint”. Comparar os discursos dos executivos com as palavras do ex-jogador seria como colocar uma bula de remédio ao lado de uma carta de amor.

Não sei dizer o quanto Magic Johnson é bem-sucedido no mundo dos negócios. Mas saí com a nítida convicção de que os CEOs que aprenderem a “desmarketizar” os seus discursos vão fazer mais cestas de 3 pontos no trabalho.

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