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A fórmula da mudança

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Opinião

A fórmula da mudança

Estamos multiplicando insatisfação com desabafos, fotos de pizza, checkins na “firma” no domingo e profecias do apocalipse dizendo que a propaganda acabou


29 de agosto de 2018 - 13h41

Na foto, o momento que realizei que as pessoas realmente consomem tecnologia: em São Pedro (interior de SP), nessa praça, onde os amigos aí de chapéu estavam olhando um celular e comentando sobre um aplicativo novo que mostrava quando o lixo ia ser retirado de qual rua.

Parece piada mas existe uma fórmula para a mudança. Ela nasceu nos anos 1960 e depois foi aprimorada nos anos 1980 por dois carinhas: David Gleicher and Richard Beckhard. E nesse momento de completa mudança, aí vai ela:

C = D × V × F > R
C = Change (Mudança)
D = Dissatisfaction with how things are now (nível de insatisfação com a situação atual)
V = Vision of what is possible (Visão clara do que é possível ser feito)
F = firsts practical steps to the desired state (primeiros passos para se chegar ao estado desejado)
Tudo isso tem que ser (>) maior que a (R) Resistência.

Vualá!!! Não é uma equação assim tão bonita mas, como toda fórmula, funciona.

Mas por que catzo eu estou falando isso? Porque sinto que falamos muito sobre a primeira parte.

O descontentamento com a situação atuação não tem como ser mais claro. Além do número gigante de brasileiros indo para o exterior que já não me espanta mais, tem o número gigantesco de pessoas de todos os níveis desistindo da profissão que tem me espantado muito.

Não acho que é uma questão de pessimismo, mas é muito mais um foco no sintoma do que na causa. Estamos multiplicando insatisfação com desabafos, fotos de pizza, checkins na “firma” no domingo e profecias do apocalipse dizendo que a propaganda acabou, que a mídia acabou, que os grupos acabaram, que as consultorias vão acabar com as agências que vão acabar. Nada contra, já reclamei bastante também, mas desse jeito a fórmula não funciona.

Poucos, digo pouquíssimos de nós compartilham sobre a tal (V), Visão do que é possível ser feito. É bem compreensível estarmos tímidos e retraídos, afinal não existe um momento mais arriscado para apontar um caminho do que agora. Mas também não existe um momento mais adequado para apontar um caminho do que agora.

Então vou arriscar. Aqui vai minha visão clara de um caminho possível: criatividade + tecnologia. Acredito que o futuro da nossa profissão, aliás o futuro de todas as profissões, passa pela combinação criatividade + tecnologia.

Vejo que a tecnologia está aqui pra que a gente comunique de forma mais clara a expressão das nossas ideias. Não pra complicar, competir com o poder da ideia, ou ser um ditador que nos oprime usando dados.

O mundo acolheu a tecnologia e a criatividade. As pessoas usam tecnologia. Falam sobre tecnologia na praça. As novas tecnologias são a “nova novela”, são assunto.

E eu acredito que através do uso criativo da tecnologia as marcas podem mudar a vida das pessoas.

Eu acredito em propaganda criatividade de usar. Foi isso que me fez entrar na profissão, quando ouvia todos usando os jargões da Brastemp, Bombril e Pipoca com guaraná. É isso que me faz ficar, quando vejo todo mundo usando um app para reconhecer corruptos ou as bonecas que mudam de cor.

Complicado? Não acho.

*Crédito da foto no topo: Vedanti/Pexels 

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