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Opinião

A paixão será o “hack” para o futuro dos negócios e das marcas

Como vamos construir uma marca incrível se nem as pessoas que estão dentro da empresa acreditam nisso?


16 de novembro de 2022 - 6h08

(Crédito: Shutterstock)

Com a chegada do final de ano, as expectativas para o mercado de marketing em 2023 ficam cada vez mais afloradas. Mas, ao analisar os eventos ao redor do mundo e ao trocar conhecimento com executivos da área, é possível afirmar uma tendência que será certa para o próximo ano: as marcas e empresas vão precisar focar em um sentimento – a paixão.

Não é de hoje que existem disputas entre áreas das empresas, como comercial e marketing ou até mesmo dentro do próprio marketing entre performance e branding. Ao longo da minha jornada como líder de marketing, sempre me questionam qual dos dois pilares era mais importante para uma empresa ou marca e meu pensamento é: No final das contas, ninguém! Porque se eles brigam entre si, e não constroem uma relação de confiança, a marca perde. É simples. E aí começa a questão do sentimento, da paixão.

Muito se fala sobre qual é a receita do sucesso para as marcas e como montar estratégias que gerem vendas ou que se tornem cases. Recentemente, realizei um processo de rebranding e pude sentir que a construção por meio da emoção é um grande passo para fidelizar e encantar clientes. Precisamos contar histórias. Sermos reais. Sair da caixinha de que há estratégias prontas. Atuar com o coração. Inclusive, foi um pouco disso que Beatriz Guarezzi, fundadora e Editora na Bits to Brands, trouxe em sua palestra recente que explicava sobre como as marcas que amamos são construídas.

Neste caminho, faço uma provocação: Como vamos construir uma marca incrível se nem as pessoas que estão dentro da empresa acreditam nisso? Despertar conexão emocional faz parte dessa construção de uma comunidade, e isso acontece de dentro para fora. E esse amor todo, não precisa ser passional, de carinho. Você provavelmente não ama o Instagram, certo? Mas o usa constantemente. Tem sentimento, de respeito, admiração, mas não tem amor. Indo pelo lado contrário, talvez já ame o TikTok, uma paixão arrebatadora, mas ainda não tem respeito, pois não houve uma construção de confiança.

Ao falar do amor entre marcas de forma passional e forte, como um casamento, não vejo outra forma de alcançar, por exemplo, ao lugar que o McDonald’s chegou, se a gente não assumir compromissos e se comprometer com valores. Mas, aí você se questiona: “como eu coloco valores na hora de vender um software ou algum produto de baixo apelo emocional?”. Acredito que para a construção de uma marca será necessário colocar propósito na jornada, desde a concepção do produto, até a experiência do consumidor quando ele interage com a sua marca. Por isso, é necessário cuidar do storytelling e não deixar pontas soltas.

Em outra recente palestra, a consultora e speaker, April Dunford, afirmou que comprar é tão difícil quanto vender. Se seu produto não gerar conexão, não for de fácil assimilação e não trouxer, claramente, qual seu benefício e propósito, não vai vender. O consumidor precisa entender profundamente o que o seu produto faz e como ele agrega. Já Bianca Andrade, proprietária da marca Boca Rosa Beauty, compartilhou relatos que alinham-se ao que tenho trazido aqui sobre as principais tendências e o que é o futuro. Se você não tem paixão, como espera prosperar? E isso serve se você empreende, se quer dar vida a uma marca, se espera que ela esteja com as pessoas no inconsciente. A paixão nos traz possibilidades de fazer e estar envolvidos para chegarmos mais próximos de atingir objetivos. Mas claro que a paixão precisa estar alinhada a um propósito – e acredite, toda marca, todo produto, tem um propósito de fazer bem a alguém.

Outra tendência que considero importante para o marketing em 2023 é saber como se aproximar das pessoas. Em um mundo onde falamos sobre pessoas e diversidade, saber se conectar com elas é dever do marketing. Precisamos saber como gerar um maior magnetismo entre as pessoas. Atraí-las é o futuro dos negócios, são elas que vão ditar se a sua marca irá longe ou não. São elas que vão ajudar a colocar sua marca longe ou não. Mas, como fazer isso? Acredito que por meio da escuta será possível entender se a empresa tem um problema interno, se você não escuta a sua equipe, seus colaboradores, seus pares. E se a sua empresa tem problema interno, prosperar externamente vai ser praticamente impossível. As marcas precisam ir além de todas as tendências e modismos. Vivemos um momento que as marcas precisam ser de verdade!

Segundo o levantamento trazido pela Profissas, cerca de 88% das pessoas dizem que a Política de Inclusão é extremamente importante ao se candidatar ou até aceitar a proposta de uma empresa. E como é a Política da sua empresa? É verdadeira? Ou só está no modismo, sem paixão? Te conto um segredo: toda marca quer ser feliz, só que às vezes não sabe o caminho. Como um amor entre pessoas, que se constrói com o tempo para ser perene, o “amar” uma marca é a mesma coisa. Elas nos inspiram, trazem emoção, nos representam, mas leva tempo. E para isso há um trabalho árduo: conquiste quem te acompanha e não fale somente sobre você, vá além do seu produto, desperte o interesse e faça conexões. Entre e participe da conversa de forma genuína. Não importa se você é B2B ou B2C, no final, todos querem uma única coisa: serem amados.

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