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Opinião

Activities e o embate entre Discord e Facebook

Lançamento de ferramenta permitirá aos desenvolvedores criarem qualquer tipo de aplicativo ou jogo completamente integrado à plataforma, sem limitações de usabilidade


4 de setembro de 2024 - 14h00

Zynga foi uma das empresas pioneiras em desenvolvimento de jogos sociais online, e teve uma relação forte com o Facebook, sendo marcante nos primeiros anos da rede social e desempenhou um papel crucial no crescimento dela. Jogos como FarmVille, CityVille e Zynga Poker atingiram números impressionantes de usuários ativos mensais, em grande parte, graças à integração profunda com o Facebook. Essa integração permitiu que os jogos da Zynga se espalhassem viralmente, uma vez que as atividades dos jogos eram compartilhadas nas linhas do tempo dos usuários, convidando amigos a participar.

Apesar desse ótimo casamento entre as duas empresas, o Facebook não parecia estar satisfeito com a relação. A plataforma não queria se tornar uma empresa de games e, sim, uma rede social, e com o tempo alterou suas políticas referentes à maneira como os aplicativos podiam usar sua plataforma e interagir com os usuários. Isso incluiu mudanças que limitavam a visibilidade das publicações de aplicativos nas linhas do tempo dos usuários, afetando diretamente a forma como os jogos da Zynga se dispersavam e adquiriam novos jogadores. Por fim, o Facebook começou a diversificar as fontes de sua receita e a investir em outras formas de manter os usuários engajados, diminuindo sua dependência em relação aos jogos da Zynga.

Com o passar dos anos, a corporação responsável pelo Facebook, anteriormente conhecida sob o mesmo nome, adotou a identidade de Meta, expandindo seu domínio para incluir redes sociais de grande peso como Instagram e WhatsApp. Neste cenário de acirrada disputa pela atenção do público, essas plataformas – tanto as pertencentes à Meta quanto aquelas de rivais como Google e ByteDance – intensificaram suas apostas para conteúdos mais rápidos e viciantes, aumentando a dependência dos usuários e diminuindo o senso de comunidade que originou essas redes.

Em contrapartida, outras redes sociais como o Discord surgiram correndo contra essa tendência. O Discord ganhou popularidade especialmente entre gamers, embora também seja amplamente utilizado por diversas comunidades online. Esse aplicativo permite que seus usuários criem e participem de comunidades privadas ou públicas, onde podem se comunicar por meio de canais de texto, chamadas de voz e videochamadas e torna o uso do usuário sem limites ao permitir a criação de APPs dentro da plataforma, seja apps de música, utensílios para auxiliar na moderação, ferramentas do dia a dia e até jogos.

Assim como aconteceu nos primórdios do Facebook, rapidamente os APPs se popularizaram para milhões de comunidades e esse público ajudou muito no crescimento exponencial do Discord desde 2019. Contudo, os APPs até hoje sempre foram limitados a uma usabilidade simples, tendo sua interface baseada em mensagens de texto, imagens, botões e menus de seleção.

Pensando nisso, o Discord anunciou as Activities, que permitirá aos desenvolvedores criarem qualquer tipo de aplicativo ou jogo completamente integrado à plataforma, sem limitações de usabilidade. Dentro de uma plataforma que já nasceu destinada ao público gamer, finalmente a relação entre as redes sociais e os jogos (e outros aplicativos) poderá ser aproveitada em todo seu potencial. As Activities proprietárias do Discord já estão disponíveis, em destaque o “Farm Merge Valley” e o “Rythm”, e em breve os desenvolvedores de todo o mundo também poderão disponibilizar as suas dentro da plataforma.

Assim, o Discord abocanha o que parecia ser o cerne do Facebook: o espírito de comunidade, em que todos podem participar de alguma forma e, juntos, desenvolver novos projetos dentro da rede. Tanto Facebook quanto Instagram não souberam lidar com a forma de monetizar essa audiência participativa e ela acabou se evadindo dessas redes justamente por ter incluído anúncios e posts de perfis que os usuários nem seguem no feed. Com o tempo, vamos aprender com os usuários do Discord quais são as novas oportunidades para as marcas, sempre através da audiência, e a rede a como monetizar em cima disso. Nunca impondo conteúdos à audiência, mas respondendo a uma demanda que ela quer e criou naquele lugar.”

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