Liderança não é cargo, é atitude

20 de julho de 2022 - 6h00

(Crédito: Uzenzen/iStock)

É muito comum vermos pessoas que almejam um cargo de liderança, contudo, boa parte acredita que ser líder é apenas assumir uma posição na organização e ter uma equipe para comandar. Mas as coisas não são tão simples assim. Ser líder vai além!

Ser líder não tem nenhuma relação com o cargo, pelo contrário: liderança requer atitude, é uma jornada de influência, responsabilidade e comprometimento com as relações e domínio das situações.

Naturalmente todos nós somos influentes e podemos ser protagonistas da nossa jornada profissional. Além disso, um bom líder precisa compreender que liderança está relacionada à personalidade e visão, logo, é imprescindível investir na liderança de si mesmo.

Isso porque ser líder requer inspirar pessoas, extrair o melhor de cada um, e para isso você precisa estar capacitado para a missão. A falta de motivação dos colaboradores de uma organização ocorre muito pelo fato de não serem motivados ou valorizados por seus líderes.

Desde o surgimento da pandemia observamos algumas movimentações a esse respeito. Se durante o ápice da pandemia as pessoas preferiam se manter no emprego, mesmo estando insatisfeitas, com o passar dos meses e controle da pandemia muitas decidiram se desligar do trabalho em busca de reconhecimento profissional.

Essa mudança de pensamento fez surgir um movimento, que se iniciou na Europa, Estados Unidos, China e chegou até o Brasil em 2021, conhecido como Great resignation – em tradução livre, a “Grande Debandada”.

Mesmo o país vivendo uma das suas maiores crises econômicas, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) registrou número recorde de pedidos de demissão nos últimos 12 meses. De acordo com o órgão, foram quase 6.2 milhões de pedidos de demissão, entre junho de 2021 e maio de 2022, de trabalhadores com carteira assinada.

Parece loucura pedir demissão de um emprego estável, mas para muitos profissionais pedir demissão é uma forma de se valorizar. Isso porque temos visto que a falta de reconhecimento profissional é um dos fatores que levam muitas pessoas a se desligarem de seus empregos estáveis.

Especialistas apontam quatro importantes motivos para essa atitude, sendo elas:

1. Cultura tóxica das companhias;

2. Insegurança dentro da organização;

3. Excesso de pressão;

4. Falta de reconhecimento profissional.

É com base nessa movimentação que tem ocorrido nos últimos anos, que inclui especialmente esses quatro comportamentos, que eu reforço a importância de uma boa liderança.

Um líder precisa identificar as qualidades de cada colaborador e explorar suas habilidades. Todas as pessoas são dotadas de competências que, somadas dentro da equipe, podem gerar excelentes resultados para a empresa. Dentro deste contexto considero como principais características de um líder:

● Construir um relacionamento de confiança com os colaboradores, buscar um diálogo aberto e transparente;

● Motivar os colaboradores a agirem e se engajarem em torno da missão e visão da empresa;

● Criar uma cultura de responsabilidade;

● Não tomar decisões não só com base na política organizacional, mas também com base na produtividade do colaborador;

● Ser capaz de superar as adversidades e ser assertivo na geração de resultados.

O futuro do profissional de liderança está atrelado à sua capacidade de lidar com pessoas e não apenas com números e resultados a todo custo. É importante ressaltar que um bom líder vai gerar bons resultados sempre que tiver uma equipe motivada e engajada.