CEO da AMD ressalta poder dos chips para entretenimento e IA
CEO da AMD, Lisa Su dividiu como a inteligência artificial pode acelerar a computação e transformar a indústria do entretenimento
CEO da AMD, Lisa Su dividiu como a inteligência artificial pode acelerar a computação e transformar a indústria do entretenimento
Thaís Monteiro
12 de março de 2024 - 6h00
Keynote no SXSW 2024, a CEO da AMD, Lisa Su, usou o espaço para dialogar sobre como a indústria de chips, ou então semicondutores, tem potencial disruptivo em um cenário de constante – e rápida – transformação digital. No painel, mediado pelo futurista Ryan Patel, houve a aparição surpresa do produtor executivo David Conley, da Wētā FX, que acabou de ganhar o Oscar de Melhor Curta de Animação por War is Over!.
Um dos desafios da indústria é o custo dos produtos mais avançados e a falta de produtos para o tamanho da demanda atual. A CEO argumentou que a empresa trabalha para entregar a melhor computação para todos e por um preço menor.
Outro desafio na categoria é tornar a fabricação e uso dos chips mais sustentável, tendo em vista que o gasto de energia na fabricação é significativo. “Nosso objetivo é tornar os sistemas mais eficientes em termo de energia”, afirmou.
Quanto à demanda, a CEO afirma que o mercado de chip está atingindo o limite da Lei de Moore, e por isso a AMD estuda formas de aumentar seu estoque. “Na indústria de chip, temos os ciclos em que a demanda é maior que o estoque, mas os estoques estão crescendo. Estou trabalhando em dar maior suporte nese sentido para que os consumidores possam exercer sua criatividade”, disse.
Para ela, a inteligência artificial generativa irá levar a computação para outro nível, dar mais tempo livre aos trabalhadores e espaço para exercer maior criatividade. “IA é a melhor tecnologia que veio nos últimos cinco anos. Ela nos dá a possibilidade de tornar tudo mais simples, mas isso só é possível com computação”, afirmou.
Nesse sentido, a próxima evolução no mercado é a popularização de AIPCs, sigla que representa computadores com inteligência artificial. Esses modelos têm menor tempo de latência entre pergunta e resposta, pois a IA é interna. Outro ponto positivo é a possibilidade de manter seus dados em segurança ao compartilhá-los apenas com AIPCs.
Já há produtos do tipo no mercado, mas a CEO disse que essa tecnologia deve avançar significativamente nos próximos anos. Para a executiva, desenvolver o campo da inteligência artificial exige colaboração de múltiplos players.
“Hoje, as pessoas querem lançar produtos no mercado numa velocidade gigante. Nunca vi isso antes como é agora. Para ser produtivo, nós temos que ter um sistema aberto. Acreditamos muito em open source. Não acho que só uma empresa possa fazer o bem”, disse. Para ela, a função da AMD é tornar a IA fácil de usar. A empresa também deve aumentar investimento no desenvolvimento de produtos focados em IA.
A CEO também ressaltou que os players da indústria devem ser responsáveis para garantir segurança nas ferramentas. “A resposta é estar muito atento a alguns dos riscos. Mas esta tecnologia é tão poderosa e tão transformadora, temos de ir mais depressa. Temos de experimentar e fazer acontecer, mas com um olhar atento”, propôs.
Ainda no início do painel, David Conley foi convidado para falar de sua parceria de quatro anos com a AMD em suas produções. Antes da aparição do produtor, a AMD exibiu um vídeo com trechos de uma série de filmes e séries da qual fez parte como parceira no oferecimento de chips para processamento e renderização das obras.
Segundo Lisa, essa é uma indústria que precisa de computação efetiva para dar seguimento em processos e possibilitar que sejam criativos a partir de uma computação mais rápida. No curta War is Over!, houve participação da AMD. Conforme Conley, se não fosse os avanços tecnológicos, “ainda estaríamos renderizando Avatar 1”, brincou. “Há pressão para entregar conteúdo. Queremos maximizar o tempo sonhando com coisas. Não quero que meus colaboradores apertem um botão para renderizar um vídeo e que isso demore horas ou dias”, complementou.
Com a inteligência artificial, Conley vê que o entretenimento vai caminhar em duas direções: entretenimento ativo e passivo. O entretenimento ativo terá diálogo com os games. Para isso, será necessário renderização e processamento em tempo real, afirmou. “O uso de IA ainda é sensível na indústria. Muitas pessoas ainda não entendem como ajuda nossa comunidade. Mas é uma ferramenta. Não sobre substituir artistas”, disse.
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