Novas narrativas femininas: o 8 de março no SXSW 2024
Meghan Markle, Duquesa de Sussex, destacou como a representação de mães no audiovisual está longe da realidade
Meghan Markle, Duquesa de Sussex, destacou como a representação de mães no audiovisual está longe da realidade
12 de março de 2024 - 15h08
No Dia Internacional da Mulher e também no dia da abertura do SXSW, o festival deu destaque às vozes femininas, que debateram temas relevantes. O painel “Quebrando barreiras, moldando narrativas: como as mulheres lideram dentro e fora da tela” contou com a presença da Duquesa de Sussex, Meghan Markle, da atriz Brooke Shields e da jornalista Katie Couric. Dentre vários assuntos debatidos, quatro merecem destaque e nossa
reflexão:
Meghan Markle, Duquesa de Sussex, destacou como a representação de mães no audiovisual está longe da realidade. Ainda nos prendemos a estereótipos que retratam mães como “perfeitas”, o que não reflete os malabarismos do dia a dia. “É importantíssimo para uma jovem garota se ver representada na tela. Se você não enxerga alguém igual numa posição de destaque ou de liderança, você não acredita no sucesso, passa a achar que não é possível mudar de vida”, declarou Markle. Ela reforçou a necessidade de exemplos femininos em posições de liderança e poder para que as meninas possam acreditar em suas possibilidades.
As pessoas estão se sentindo cada vez mais “ageless” ou sem idade, mas o ambiente de trabalho ainda não reflete essa sensação. A atriz Brooke Shields ressaltou a existência do etarismo, mencionando que as pessoas ficam na dúvida de “onde encaixar uma mulher de 58 anos”, sua idade atual. Ela destacou a importância de encontrar espaços para mulheres acima de 40 anos, valorizando versatilidade, adaptabilidade e experiência. Shields criou a “Beginning is Now” para incentivar mulheres a reinventarem suas vidas, independentemente da idade, e escapar da objetificação. Katie Couric também escolheu empreender para seguir suas crenças, após ser dispensada por um homem que alegou que ela não tinha mais idade para realizar suas atividades. Couric enfatizou que essa decisão foi a melhor que poderia ter tomado, tornando-se sua própria chefe e determinando as histórias que quer contar.
Katie Couric compartilhou sua história de luta por equidade e lugares relevantes no jornalismo. Ao longo de sua carreira, reivindicou salários iguais e cobertura de pautas importantes, desafiando estereótipos de gênero. Ela foi a primeira jornalista mulher a apresentar um telejornal noturno em uma das três grandes emissoras de notícias dos Estados Unidos (o CBS Evening News, onde permaneceu de 2006 a 2011). Atualmente, ela lidera sua própria marca, a plataforma online Katie Couric Media.
Meghan referiu-se ao ódio constante que enfrenta na internet, especialmente quando estava grávida. Ela expressou perplexidade com a facilidade com que as pessoas lançam ódio umas contra as outras na internet, principalmente mulheres atacando outras mulheres. As painelistas também destacaram como a comparação nas redes sociais amplia distorções da realidade para jovens meninas, impactando negativamente sua saúde mental. Meghan ressaltou que vivemos em um mundo altamente comparativo e que as meninas, em particular, se sentem mal ao se compararem e não conseguem perceber seu próprio valor.
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