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Os desafios dos vieses: a enorme preocupação para que o Chat GPT não seja uma plataforma que amplifique ideais da cultura americana e vieses locais diante da diversidade de todo o mundo


14 de março de 2024 - 16h21

O ápice do South by Southwest ocorreu nesta segunda-feira. Com o segundo ano da IA generativa já disponível em diversas plataformas acessíveis ao público e à indústria de comunicação, sem dúvida essa foi a principal discussão que dominou o maior festival de inovação do mundo no ano passado e este ano. Como peça central do que parece ser a maior revolução tecnológica dos últimos tempos, talvez desde a criação da internet, gerou uma grande expectativa para o painel com o VP de produto ao consumidor da OpenAI e CEO do Chat GPT, Peter Deng – o líder tecnológico mais quente do momento.

E que momento! Em uma conversa afiada, inteligente, mas também leve e bem-humorada, o jornalista de tecnologia Josh Constine, o mais citado neste segmento entre 2016 e 2020, nos conduziu por uma discussão de altíssima qualidade, com perguntas e respostas que arrancaram aplausos, risos e algumas reações de incredulidade da plateia, sem evitar questões centrais como a remuneração de artistas, possíveis demissões em massa, seus vieses e seu “América centrismo”.

E é aqui que Peter Deng se destaca ainda mais. O título da palestra já indicava uma visão mais otimista e propositiva sobre um futuro de coexistência entre a Inteligência artificial e os seres humanos, e de fato nos deparamos com uma liderança diferente do que temos visto até então. Sim, sabemos que o mundo tecnológico abriga líderes e personalidades bastante egocêntricas atualmente, mas Peter Deng segue por um caminho diferente, apresentando-se como o que poderíamos chamar de um bom pai, inspirado por seus quatro filhos, ele nos oferece uma visão acolhedora e humana sobre como a IA pode nos apoiar, inclusive em aspectos e reflexões profundas da humanidade, permitindo que as pessoas gastem mais tempo desenvolvendo e explorando seus talentos e competências.

Segue uma recapitulação dos pontos-chave deste debate que está apenas começando e promete dominar a pauta da comunicação, nossas mentes e timesheet, afinal, como ele disse: a IA não vai acabar com as vagas de gerentes, mas gerentes que usam IA vão tirar as vagas de gerentes que não usam IA.

IA e a humanidade: estamos falando sobre o que significa ser humano agora, a evolução da humanidade e como a IA na verdade nos torna ainda mais humanos, nos permitindo aprofundar nossas curiosidades, como um professor sempre presente que nos ajudará a explorar questões profundas como nossa mortalidade, consciência e de onde viemos. Uma ferramenta com propósito e um líder empático, que fala em ajudar a aprender melhor, remover barreiras, nos dando mais tempo para explorar nossas ambições como seres humanos.

Ganho de produtividade: como uma sociedade de pessoas cada vez mais ocupadas e sem tempo, ganhamos um parceiro para desbloquear novas ideias e explorar questões com profundidade e agilidade, um apoio como antes você tinha quando tinha mais tempo para conversar com um especialista, por exemplo.

Os desafios dos vieses: a enorme preocupação para que o Chat GPT não seja uma plataforma que amplifique ideais da cultura americana e vieses locais diante da diversidade de todo o mundo.

O desafio da desinformação: necessidade de informações confiáveis, para questões práticas que não são ficção, como por exemplo soluções médicas e legais.
Sabemos que nem tudo são flores e bondade e em momentos como eleições é preciso que as coisas sejam feitas corretamente, corrigidas, fornecendo ferramentas para que as pessoas não sejam enganadas por deep fakes e não termos uma sociedade cada vez mais baseada em desinformação.

Retreinar a humanidade: a necessidade de capacitação, treinamento das companhias para uma nova era no trabalho, evitando demissões em massa, fazendo com que as pessoas ganhem experiência prática. Ser acessível para permitir uma alfabetização em massa em IA por todo o globo. E aqui temos a promessa do Peter de manter o Chat GPT com acesso a versão básica sempre gratuito.

Inteligência artificial será parte da nossa cultura: à medida que avançamos, sendo a IA o maior marco da internet desde a própria internet, como pensar no Chat GPT não apenas como uma assistência, mas verdadeiramente um parceiro para nosso dia a dia, parte da nossa cultura e da nossa auto expressão. Uma grande oportunidade que já diminui as barreiras entre o passado, agora e o futuro da humanidade.

Sim, eu sei, como millenials sentimos que estamos roubando no jogo quando usamos o Chat GPT. Mas usar uma calculadora no início deve ter parecido o mesmo (essa foi uma comparação que ouvimos em algumas palestras). Em resumo, nos proteger no futuro não é sobre resistir à IA, mas sim testar, experimentar, descobrir como melhorar nosso desempenho e como usá-la como um parceiro nas nossas buscas intelectuais, mais desempenho, produtividade e, porque não, uma vida melhor.

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