08º lugar – 18% dos votos
Alex Gabassi

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Direção de Filmes - 2011

08º lugar – 18% dos votos
Alex Gabassi

O2 Filmes

Não é por acaso que o melhor filme publicitário da carreira de Alex Gabassi tenha portas como tema. Pois, para o diretor, importa deixá-las sempre abertas, a fim de que o inesperado se faça presente e um novo e mais amplo sentido se revele ao espírito destrancado.

“‘Portas’, filmado para o Banco Real em 2008, foge das regras que geralmente norteiam os filmes publicitários. Não havia roteiro definido, mas uma ideia e uma emoção a serem buscadas, além do risco, já que a pessoa filmada não sabia no que estava se envolvendo. Ou seja, poderia ter se negado a continuar por eu ter aberto uma porta da sua intimidade que talvez não quisesse dividir. Mas se estabeleceu uma relação de cumplicidade imediata e ela confiou. Tudo aconteceu em quatro minutos e uma lata de negativo 35 mm”, destranca a memória.

A primeira porta que se abriu para ele, a definitiva, transformadora, foi há muito tempo, numa galáxia muito, muito distante…: “Foi quando vi Star Wars, aos nove anos. Foi a primeira vez que me dei conta de que havia alguém por trás daquilo. Na época, assisti oito vezes. Levei todos os tios que tinha. Para quem só tinha visto Disney até então, foi uma catarse.”

Sobre escolhas e predileção na hora de dirigir, Gabassi se diz afeito a rostos. “Gosto da ideia do que um simples olhar, ou a mudança de foco no olhar de alguém, possa significar. Geralmente exploro muito os closes nos filmes.”

Também tem como premissa “contar mais do que a história se propôs inicialmente” e, outra vez, tem a porta entreaberta como companheira. “Facilito as coisas para que o acaso aconteça. Seja num silêncio demorado, seja num latido acidental de cachorro. Nesse caso, as histórias tomam um rumo inesperado, e é geralmente quando nasce a emoção.”

Os filmes que mais gosta de fazer são aqueles que não se encontram inicialmente prontos, já resolvidos. “Tem de haver uma centelha de originalidade para que eu possa ampliar. E também me atraem aqueles nos quais há uma personagem humana a ser explorada, mesmo que seja em um cão.”

A questão do prazo de produção, sempre curto, é ambivalente. De um lado, significa impedimento e perda; de outro, incentivo ao raciocínio ágil e ao poder de decisão “acima do normal”. Uma porta a propaganda brasileira lhe tem aberto: a dos roteiros. E por ela Gabassi tem entrado.

(texto e foto publicados originalmente na edição de Meio & Mensagem de 21 de março de 2011)

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