Opinião
Mulher CEO e o que ela quiser ser
Nossa contínua batalha pela liberdade de escolha -- que possamos trilhar nosso próprio caminho, seja ele qual for
Nossa contínua batalha pela liberdade de escolha -- que possamos trilhar nosso próprio caminho, seja ele qual for
20 de setembro de 2024 - 17h19
Ao escrever sobre a coluna deste mês, me senti intrigada ao ver, em pleno século XXI, grandes influências que insistem em ditar o lugar da mulher: a casa, a família, jamais a liderança. Ainda tentam nos confinar a papéis pré-definidos, ignorando a força e a capacidade que demonstramos a cada passo. Quanto privilégio eu tenho em conhecer de perto CEOs como Dilma Campos, Paula Englert, Rachel Maia, Ana Fontes, Renata Bokel, e com fortes lembranças da Susan Wojcicki, ex-CEO do YouTube? Elas, e tantas outras, provam que a liderança feminina é uma realidade poderosa, capaz de transformar empresas e a sociedade como um todo.
Lutamos por um mundo de equidade, onde mulheres multifacetadas, “donas do seu próprio nariz”, inspiram e abrem caminhos para outras. É ingênuo acreditar que todos compartilhem dessa visão, mas não podemos ignorar séculos de batalha por liberdade de escolha.
A maternidade me colocou frente a frente com essa escolha. Cogitei pausar minha carreira para me dedicar integralmente aos meus filhos. Mas meu marido, meu parceiro, me incentivou a trilhar meu próprio caminho, a buscar meus sonhos. “Você pode chegar onde quiser.” E foram muitos degraus até a liderança de uma plataforma que impacta milhões de pessoas por dia. A cada passo, cartas de “ORGULHO” me lembravam da força que existe em ser mãe, esposa, amiga, profissional e uma corredora amadora. Mensagens de mulheres que se sentiam representadas, encorajadas a perseguir seus próprios sonhos. Tudo junto e misturado, sem ordem, linha do tempo ou “work-life balance”. Sim, foi crucial ter tido o apoio de um aliado ao meu lado, me impulsionando na direção que eu escolhi.
Chimamanda Ngozi Adichie, escritora nigeriana que usa sua voz para questionar estereótipos e lutar por igualdade, nos ensina que a vida não se resume a rótulos: CEO, trabalhadora, mãe, esposa… Equilíbrio não é perfeição em todas as áreas, mas a busca por uma vida autêntica, que reflita nossos desejos e valores.
Não lutamos por séculos para nos enquadrar em “caixinhas” pré-fabricadas. A decisão deve ser nossa! O peso da escolha, dos sonhos e das inspirações é o que nos impulsiona. Que Deus me livre de viver a vida que os outros querem que eu viva! Que cada mulher possa ter a liberdade e o apoio para trilhar seu próprio caminho, seja ele qual for.
Termino com uma das grandes frases da Michelle Obama: “Homens fortes – que são realmente exemplares – não precisam colocar as mulheres para baixo para se sentirem poderosos. Pessoas realmente fortes impulsionam as outras para cima. Pessoas realmente fortes trazem as outras consigo”.
Compartilhe
Veja também
Gabriele Carlos: de executiva de RH a CEO
A primeira mulher no comando da Zeiss Vision Brasil representa uma tendência corporativa de altas lideranças que vêm da área de recursos humanos
Mariana Becker: a voz feminina da Fórmula 1 na TV brasileira
A jornalista, que viaja pelo mundo há mais de 15 anos para cobrir o automobilismo na televisão, fala sobre a ascensão feminina na categoria