Brandtone faz investimento no Brasil

Meio & Mensagem
28 de agosto de 2013 - 11h54

Sem grande alarde, a Brandtone, companhia de origem irlandesa que atua no mercado de mobile marketing, acaba de abrir filial no Brasil. A empresa tem entre seus investidores a Unilever Ventures, braço europeu de capital de risco da Unilever, que faz aportes em startups que podem tornar-se estrategicamente relevante para a gigante global de produtos de consumo, e o fundo belga Verlinvest, ligado à AB Inbev. O terceiro grupo de acionistas é formado pelos gestores, liderados pelo fundador e CEO Donald Fitzmaurice.

Para a Unilever, além do aporte financeiro, a iniciativa inclui a realização de projetos conjuntos. Já a AB Inbev ainda não aproveitou a proximidade com a empresa em suas estratégias de comunicação.“A Brandtone foi fundada em 2010 na cozinha de casa”, conta Fitzmaurice. “Decidimos criar uma companhia para estar nos mercados emergentes pelo simples fato de que nesses locais as pessoas migraram dos meios tradicionais, como televisão e rádio, diretamente para os dispositivos móveis e passaram a usar a internet pelo celular”, diz. Os primeiros países a receberem os escritórios da Brandtone, além da Irlanda, foram África do Sul, Nigéria, Quênia, Turquia, Rússia e Brasil. A meta para 2014 é chegar à China, à Índia e aos Estados Unidos.

As mais de 260 milhões de linhas de celulares ativas no Brasil entusiasmam a Brandtone. Para Fitzmaurice, nem mesmo o fato de 80% delas serem de planos pré-pagos é um problema. “Queremos que esses consumidores participem das ações de nossos clientes, por isso pensamos em mecanismos para integrá-los, mesmo que seja por meio de bônus.”

O escritório da Brandtone em São Paulo é comandado pelo argentino Andres Stella. A programação das plataformas e campanhas é feita a partir da sede, em Dublin. Além disso, João Cox, ex-presidente da Claro, atua como conselheiro da companhia.

Entre as campanhas já realizadas pela Brandtone no Brasil está a promoção de Dia dos Namorados para as marcas Ouro Branco e Sonho de Valsa, da Mondelez. Os consumidores podiam enviar via SMS os códigos de barra impressos nas embalagens dos bombons. A cada sete produtos distribuídos no mercado durante a vigência da ação, um estava premiado. Nesses casos, o consumidor recebia mensagem com créditos de diferentes valores (de R$ 1,00 a R$ 100,00) para utilizar em ligações no celular. A ação contabilizou três milhões de participações.
Outra campanha envolveu varejistas e vendedores ambulantes dos salgadinhos Torcida, da PepsiCo. Em cada caixa do produto havia um código que, enviado via SMS, rendia R$ 2,00 em créditos para o celular. Em contrapartida, recebiam ligações para participarem de uma pesquisa, com o objetivo de alimentar o banco de dados da PepsiCo e melhorar a comunicação da companhia com esse público. No total, 53 mil pessoas participaram.

Para Fitzmaurice, o Brasil está bem posicionado no que se refere às leis de privacidade e esse é outro ponto que determina o interesse da empresa no País.