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Em entrevista, Ana Brum, diretora técnica do Centro de Design Paraná ? instituição que trabalha o design pela ótica empresarial ? comenta a importância de compreender o design como um braço estratégico


24 de julho de 2012 - 3h22

 O Centro de Design Paraná trabalha o design pela ótica empresarial há 13 anos. Percorreu alguns caminhos, junto com entidades de representação, empresas e com o governo, percebendo que sua atuação poderia promover ações de política pública e, assim, elevar o status do design brasileiro. “O profissional só vai fazer um bom trabalho se for ‘absorvido’ pela indústria”, afirma Ana Brum, diretora técnica da instituição, para quem o design precisa ser entendido como braço estratégico, seja ele exercido por um funcionário ou um consultor: “Ele precisa fazer parte do processo, e não apenas como um finalizador”. Entre as iniciativas da instituição estão programas como o Design Excellence Brazil, a Rede DesignBrasil (clique aqui) e a Bienal Brasileira de Design em Curitiba, além de ser o representante no Brasil do renomado prêmio iF (International Forum), o Oscar do setor.

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Fortalecimento da Indústria
O design é importante ferramenta para atrair olhares, diminuir custos e também para abrir novos mercados. Esta ação deve ser incorporada pela indústria para a busca de um diferencial competitivo, pois só pelo preço não conseguiremos ser atrativos. Existem outros motes intrínsecos à compra dos quais precisamos nos apropriar, como ineditismo, exclusividade, procedência e história do produto. As pessoas gostam de histórias e hoje é possível inserir história em um produto. Um exemplo disso é a fruteira Centopeia. Como seria possível inovar em um produto tão simples como uma fruteira? O designer acreditou que poderia agregar valor e história ao desenvolver um produto que, além de utilizar material reciclável como a fibra de coco, poderia também atribuir a função de “proteger” a fruta por mais tempo. As canaletas permitem que as frutas não se encostem, fazendo com que o ácido ascórbico não deprecie as outras frutas; entre outras atribuições da fruteira, como interação e diversas possibilidades de uso. O design, aliado a inteligência, criatividade e percepção do usuário, pode criar o diferencial competitivo que a indústria brasileira precisa.

Tendência
ercebo uma forte tendência à otimização dos recursos. Não só pelo lado material, que também é muito importante, necessário e que preconiza a sustentabilidade. A diminuição da matéria-prima, a racionalização das embalagens e deslocamentos logísticos mais os recursos humanos: o olhar pelo social, a busca por maior funcionalidade dos aparelhos, a oportunidade de mais conforto e bem-estar.

Mercado atrativo
Com certeza estamos sendo “invadidos” por negócios do exterior, pois o Brasil está muito bem visto e representado por quase todas as vertentes da economia. Consequentemente, os profissionais e empresas aproveitam esta movimentação saudável de troca. Ao mesmo tempo que estamos exportando nosso design e nossa criatividade, abrimos espaço para que outros profissionais também usufruam deste momento de abertura das empresas brasileiras para se estabelecerem aqui. Temos grandes escritórios de design e comunicação com braços no Brasil, o mercado é grande, permite esta inserção justamente em função da cultura, pois o que vem de fora ainda é muito valorizado.

Prêmio iF
É reconhecido mundialmente, pois, além de ser um dos prêmios de design mais antigos (está na 60ª edição), conta com um júri internacional renomado que muda a cada edição e organiza exposições com os vencedores paralelamente à Cebit (uma da principais feiras de tecnologia do mundo). Além disso, anuncia os premiados no início do ano vigente e é conhecido no mundo todo. As grandes empresas se apropriam do “selo” em suas campanhas publicitárias (Kia Motors e Electrolux, por exemplo) e em suas embalagens (Lumini e Riva). No Brasil, as empresas e os consumidores estão cada vez mais se familiarizando com estas chancelas, pois os prêmios internacionais, além de identificar o bom design, a qualidade e o profissionalismo, também acentuam a preocupação com aspectos sustentáveis. A indústria brasileira percebeu que ganhar um prêmio internacional abre as portas para a exportação e também qualifica a empresa no mercado interno.

Desempenho do Brasil
Nos últimos cinco anos, ficamos entre os dez mais premiados do mundo, à frente de países com certa tradição industrial como Inglaterra, Dinamarca e Suíça. Somos também o sexto país que mais inscreve produtos a serem submetidos ao júri internacional. Os prêmios Packaging e Comunication ainda buscam as empresas e agências brasileiras que queiram ter este reconhecimento internacional.

Reconhecimento no exterior
Nos últimos cinco anos, ficamos entre os dez mais premiados do mundo, à frente de países com certa tradição industrial como Inglaterra, Dinamarca e Suíça. Somos também o sexto país que mais inscreve produtos a serem submetidos ao júri internacional. Os prêmios Packaging e Comunication ainda buscam as empresas e agências brasileiras que queiram ter este reconhecimento internacional.

Desafios do design nacional
É nítida a força asiática buscando também o reconhecimento em design, uma vez que já foram taxados como diferenciais de preço. A indústria chinesa acredita que, buscando a premiação internacional, agregará mais valor a seus produtos e, assim, acaba tendo mais repertório para competir. Acompanhamos de perto outros países que se inscrevem e percebemos que a cultura é um fator determinante para este processo. Culturalmente, buscamos um benefício ao participar de um processo seletivo e este benefício é difícil de tangibilizar, pois reconhecimento leva a melhores números de venda, mas este mecanismo não é em curto prazo, precisa ser amadurecido pelas empresas.

Critérios de seleção
Levando em conta a premiação na área de comunicação, o Centro de Design procura agências de publicidade e escritórios de design que tenham comunicação e conteúdo para diversos tipos de públicos. Qualidade do design, criatividade, relevância e retorno para o cliente estão entre os critérios. A indústria da comunicação brasileira é muito bem vista no exterior.

Esta entrevista faz parte da reportagem especial sobre design da edição 1519.

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