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Festival de Cannes estaria à venda

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Comunicação

Festival de Cannes estaria à venda

Jornal inglês The Daily Telegraph diz que controladores do evento procuram compradores


13 de fevereiro de 2013 - 12h30

O conglomerado inglês Top Right Group (ex-Emap) teria posto à venda um de seus principais ativos: o Cannes Lions, maior e mais importante evento mundial voltado aos mercados de comunicação, marketing e mídia. Segundo o jornal inglês The Daily Telegraph, a companhia estaria sondando discretamente pretensos interessados em adquirir o evento e o processo formal de venda poderia ser iniciado após a edição 2013 que acontecerá entre os dias 16 a 22 de junho e marcará os 60 anos do Festival Internacional de Criatividade de Cannes.

Os donos do Top Right Group, que também controla outros eventos, são o fundo de private equity Apax e o Guardian Media Group, que controla o The Guardian – concorrente do The Daily Telegraph. Apaz e Guardian se recusaram a comentar a perspectiva de venda do Cannes Lions para a reportagem do Telegraph. As fontes do título inglês, não citadas, dizem que não há um prazo para a concretização da venda do evento, o que poderia levar até quatro anos, e que o plano dos controladores é fazê-lo crescer ainda mais para valorizar o ativo que têm em mãos.

O passo inicial teria sido a separação formal entre o Cannes Lions e os demais eventos administrados pelo Top Right Group, com o festival ganhando uma unidade exclusiva dentro da corporação. A reportagem cita como potenciais interessados em comprar o Cannes Lios empresas de private equity e controladores de grandes eventos internacionais como os ingleses Informa, UBM e ITE Group, além da empresa Tarso, da Turquia.

A antiga Emap – East Midland Allied Press comprou o Festival Internacional de Criatividade de Cannes em 2005, por £ 52,2 milhões (cerca de US$ 80 milhões), de Roger Hatchuel , o francês que controlou o Cannes Lions por 17 anos e transformou em potência econômica um evento nascido, imaginem, sem fins lucrativos pelas mãos da Screen Advertising Worlds Agencies (Sawa), da qual ele foi presidente.

No ano passado, já sob a nova marca Top Right Group, a empresa foi dividida em três unidades distintas. A primeira — e mais antiga de todas — é a de revistas segmentadas, que manteve a marca Emap e representa apenas 8% do negócio. A segunda, a 4C-Group, atua no ramo de pesquisas, fornecendo ao mercado estudos em setores distintos como política, varejo, marketing, moda e business intelligence, que gera 38% das receitas totais. A unidade financeiramente mais relevante, com 44% de participação, é a i2i Events, especializada em eventos nas áreas de educação, varejo, moda, televisão, arquitetura, saúde, energia renovável e, como se sabe, criatividade. No total, o calendário anual comporta 29 eventos — os de criatividade estão agrupados na área chamada de Lions Festivals.

Capitaneada pelo Festival Internacional de Criatividade de Cannes, a i2i promove, também, outros certames publicitários: Eurobest, Dubai Lynx, Spikes Asia e Asian Marketing Effectiveness Festival.

O movimento de divisão em três áreas compõe um contexto que deu os primeiros passos em dezembro de 2007, quando a então Emap foi comprada da família fundadora do negócio pelo Guardian Media Group (dono dos jornais The Guardian e The Observer), que ficou com 30% da empresa, e pelo fundo de private equity Apax, com 70% de participação. O valor da aquisição chegou, na época, à casa de £ 1 bilhão (ou US$ 1,54 bilhão), segundo o próprio The Guardian. Mas a crise financeira de setembro de 2008 derrubou os resultados da Emap, atual Top Right Group, e a reestruturação atual é mais uma tentativa de reverter as consequências danosas dos últimos anos.

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