Itaú e Vice: a visão do mercado sobre branded content
Empresas se juntaram para lançar o documentário Ciclos
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Karina Balan Julio
27 de janeiro de 2017 - 12h47
O branded content está no centro das atenções na indústria publicitária e de mídia, seja como uma alternativa para marcas que queiram se aproximar do entretenimento ou para veículos que queiram diversificar serviços. Esta semana, o Itaú lançou o documentário “Ciclos”, curta que trata da mobilidade urbana, em parceria com a Vice. A parceria entre o site e o banco continuará e, nos próximos meses, outros conteúdos devem ser lançados.
Meio & Mensagem conversou com Eduardo Tracanella, superintendente de marketing do Itaú Unibanco, e Gabriel Klein, head de criação da Vice, para entender as expectativas de marcas e veículos sobre o tema.
Como encaram o branded content
Gabriel Klein, diretor criativo da Vice, defende um modelo onde marcas assumam uma linha editorial. “Gostamos de chamar de branded publishing, que vejo como a próxima onda do branded content. Seria um modelo onde marcas adotam uma visão de publisher, onde a marca é um selo de conteúdo. O branded content que vem sendo feito já é um commodity, qualquer conteúdo com mais de 60 segundos é rotulado como branded content, mas quem vai determinar o que tem valor como conteúdo é a audiência”, avalia.
Branded content desafia limites entre áreas
O que as marcas esperam dos veículos, e vice-versa
Para a Vice, ainda é preciso criar uma cultura que vá além de sacadas criativas e customização. “Vivemos em um processo de assimilação lento e ainda há uma dificuldade em pensar fora de engrenagem. Na Vice, já recebemos muitos briefings de agências querendo fazer algo dentro da plataforma para se comunicar com o público jovem, e então pensamos o trabalho editorialmente. Quando a devolutiva vem, muitas agências querem que o produto esteja ali, com colour coding e outras coisas, e aí é algo que deixa de fazer sentido na editoria da Vice e não vai servir nem para a audiência e nem para o anunciante”, afirmou o criativo.
Já as marcas esperam integração com os veículos na hora de criar um projeto, diz o superintendente do Itaú. “O branded content ainda é muito confundido com publicidade, geração de conteúdo e pautas editoriais. Anunciantes e marcas esperam equipes que façam um trabalho realmente conjunto, muito mais do que simplesmente fazer o briefing de um projeto. Buscamos perfis de veículos específicos para projetos específicos, que possam aportar valor na construção editorial, pois o anunciante não consegue fazer isso sozinho”, diz Eduardo.
Futuro da publicidade tradicional
Vice reinventa o modelo de anúncio de TV
Eduardo acredita que formatos tradicionais continuarão nas estratégias, mas com a possibilidade de conectá-los a diferentes conteúdos. “A ideia não é construir muros, mas conseguir conectá-los. Dependendo do momento, pode ser que uma marca tenha que fazer publicidade como sempre fez e usar um formato padrão para chamar as pessoas a conhecer seu conteúdo. Há duas barreiras que precisam ser transpostas: a do modelo de negócios, de entender o quanto custa fazer, como se paga e remunera; e a barreira cultural, de entender que a publicidade e conteúdo podem conviver de forma harmoniza e complementar”, opina.
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