O aprendizado na criação de grupos de representatividade

Luiz Gustavo Pacete
22 de novembro de 2017 - 8h33

A diversidade já é pauta no ambiente das agências. Seja por pressões externas, iniciativas internas, ou um movimento puxado também pelos clientes. Ir da teoria à prática, no entanto, requer desafios e tentativas. A SalveTribal, por exemplo, acaba de estruturar seu grupo de representatividade e vem aprendendo como esse processo pode ser mais eficiente.

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“Apesar de já existir a consciência da necessidade de ter uma agência cada vez mais inclusiva e democrática, nós entendemos que, mais do que um processo, precisávamos ter os colaboradores envolvidos nessas ações”, diz Jeferson Guimarães, gerente de comunicação corporativa da agência. Ele ressalta que entre os principais desafios está a política de “não caça às bruxas”. “Não temos a intenção de apontar dedos nem expor algozes. Queremos por meio da sensibilização e da educação trazer soluções para os problemas que possam surgir”, diz Guimarães.

O surgimento do projeto
O projeto começou em uma conversa entre as equipes de RH e Comunicação Corporativa da agência. Apesar de já existir a consciência da necessidade de ter uma agência cada vez mais inclusiva e democrática, nós entendemos que, mais do que um processo, precisávamos ter os colaboradores envolvidos nessas ações. Ao dividir essa ideia com a direção da agência, fomos instantaneamente incentivados a fazer esse convite a todos os colaboradores. Esse incentivo foi muito importante tanto para mim, quanto para Lara Cozzi, gerente de RH, com quem tive a primeira conversa sobre esse projeto, pois nos deu a segurança que precisávamos para saber que teríamos apoio irrestrito para colocar o projeto de pé. Nossa ideia nunca foi chegar com alguma cartilha pronta. Nós fizemos o convite a todos da agência e, a partir daí, marcamos nosso primeiro encontro para entender, em conjunto, quais seriam nossos desafios.

Integrantes do grupo de representatividade da agência

O desafio de implantação
Acho que o principal desafio era engajar os colaboradores a participar. Quando o convite inicial foi feito, recebemos um número bacana de pessoas dispostas a participar, porém já nas primeiras reuniões percebemos que conseguir adequar a agenda de todos para um mesmo momento era praticamente impossível. Então nós decidimos por um formato em que as pessoas pudessem participar mesmo não estando presentes nos encontros. Sempre fazemos as decisões com o quórum presente no dia e depois apresentamos para todos que fazem parte do grupo. Todas as decisões são feitas por meio de uma consciência coletiva: votamos e, a partir desse resultado, seguimos em frente. Além disso, nós sabemos que não são todos que irão contribuir da mesma forma. Têm pessoas que podem não estar em algumas ações, mas podem colaborar enormemente em outras.

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Desafios permanentes
Nossa primeira ação foi criar uma pesquisa interna para entender quem são as populações vivendo no nosso ecossistema e como nós nos relacionamos com alguns assuntos. Lançamos essa pesquisa para o público interno e em breve deveremos ter as análises desses dados. Com isso nós pretendemos alcançar o maior número de discussões que são pertinentes para os colaboradores de agências, e trazer ações, conteúdo e acolhimento para todas elas. Um dos maiores desafios permanentes é que essas questões são mutáveis. Temos de permanecer sempre atentos a novas discussões ou situações que apareçam, e buscar trazer respostas para elas. Temos uma política de não caça às bruxas. Ou seja, não temos a intenção de apontar dedos nem expor algozes. Queremos por meio da sensibilização e da educação trazer soluções para os problemas que possam surgir.

O impacto no resultado
Nós acreditamos verdadeiramente que quanto mais diversidade de repertórios, vivências e experiências nós tivermos, mais criativo, inclusivo e correto nosso trabalho vai ser. Esse grupo se torna uma referência quanto a questões que possam ser sensíveis no dia a dia. O grupo está aberto a ser consultado quando surgir qualquer dúvida ou insegurança sobre alguma mensagem que possa ser ofensiva ou impertinente nas nossas entregas.