Vendo a Copa de cima do muro!
Aqui no Brasil tudo deu certo no final. Mesmo quando tinha tudo para não dar
Aqui no Brasil tudo deu certo no final. Mesmo quando tinha tudo para não dar
Meio & Mensagem
12 de junho de 2014 - 10h55
(*) Por Fernando Figueiredo
Pior que o protesto é o descaso. Pior do que responder com violência é ignorar. É assim que vai ter Copa. Com uma população inerte ao assunto, deixando a "vida me levar" para ver o que acontece lá na frente. E isso é pior do que qualquer violência, manifestação ou quebradeira.
Aqui no Brasil tudo deu certo no final. Mesmo quando tinha tudo para não dar.
Acontece que o movimento coletivo era maior do que qualquer problema e isso fazia com que no final desse realmente certo.
A organização tem falhas. Muitas. Falhas do evento, dos estádios, da infraestrutura, das logísticas. E se, ao contrário do que está acontecendo hoje, tivéssemos uma população engajada, motivada e vibrante, qualquer falha desapareceria na hora do início do jogo. É assim que funcionam os eventos. Independente do seu tamanho.
Mas a maioria não está nem aí. E muitos, muitos mesmo, torcendo para dar errado. E isso é bombástico.
Na década de 80 tivemos a Lei de Gerson, hoje teremos a Lei do Eu Sabia. Muita gente pegou o melhor lugar do evento para ver o circo pegar fogo.
Mas não se preocupe. Mesmo vendo meia dúzia de bandeiras nas ruas, a Copa será em outro lugar, muito mais seguro e certo.
A Copa do Mundo é um evento pra televisão. Uma minoria vai aos estádios e vai assistir o circo pegar fogo. A maioria irá ver um evento lindo e maravilhoso. Um espetáculo de futebol, pela TV. O Brasil pode não estar dando um show, mas a Globo, certamente, dará.
Na mesma TV, vemos as marcas vibrando e fazendo acontecer. Nas ruas presenciamos uma outra realidade. Com o medo aparente, as marcas estão bem mais cautelosas para não se exporem e correrem o risco de apanhar.
E ontem entendi bem o porquê de tudo isso. Saindo do avião, fui sendo impactado, brilhantemente, por diversas marcas. Um trabalho impecável e muito bem feito. Logo após a porta que me levava ao saguão, me deparei com uma outra realidade: 45 minutos de fila de taxi, 40 minutos para chegar ao meu destino, porque haviam duas manifestações diferentes no trajeto.
Kotler, o Freud do Marketing teria uma explicação para isso: as marcas estariam dando aos passageiros que chegavam ao Rio as boas-vindas ao descaso público, à corrupção e à inércia do povo. Cria-se então um dilema que terá fortes efeitos na próxima Copa, na Rússia.
Enquanto isso, espero que tenha um monte de gente contra ou a favor, mas indiferente não.
#vaitercopa #sejalácomoelafor
(*) Fernando Figueiredo é CEO e sócio do Grupo Talkability
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