Publicis cresce apenas 1% no trimestre

Meio & Mensagem
24 de outubro de 2014 - 4h00

Ainda sofrendo impactos da fusão não concretizada com o concorrente Omnicom, o Publicis Groupe obteve crescimento orgânico de apenas 1% no terceiro trimestre de 2014, atingindo receitas de US$ 2,2 bilhões. O dado é inferior ao dos concorrentes Omnicom, com quem tentou uma fusão e cresceu 7,4% no período, e Interpublic, com alta de 8,3%.

A holding francesa dona de redes como Publicis, Leo Burnett e S&S assistiu a performances ruins nos mercados emergentes. O Brasil teve uma queda de 0,6% nas receitas, mas não superou negativamente a China, que caiu 1,6%. A operação na Índia foi o contraponto, com alta de 5,9%. A operação digital cresceu 9% nos primeiros nove meses do ano e já representam quase 42% das receitas do grupo.

Más recordações impactam grupo
O CEO do Publicis Groupe Maurice Lévy tem tentado evitar falar sobre a má sucedida fusão com o Omnicom. “Estou cansado de falar sobre o assunto. Eu e minha equipe estivemos focados demais nisso”, afirmou, durante uma conferência com analistas e imprensa, em que apresentou os resultados financeiros.

Questionado sobre o bom rendimento do Omnicom, face aos problemas de seu grupo, Lévy sugeriu que o concorrente, talvez, não estivesse tão determinado na fusão. O fato é que o assunto incomoda, ainda mais por trazer projeções negativas. Um analista disse não estar preocupado com os resultados de curto prazo do Publicis, “mas com problemas mais amplos que impactariam a performance do grupo diante dos concorrentes”.

Um dos problemas decorrentes da fusão, sabe-se agora, foi com a operação da Razorfish, que tinha problemas de gestão e precisou ser unificada em setembro à Rosetta, com gestão desta, na atual Razorfish Global. A possibilidade de fusão, afirmou Lévy, impediu que o Publicis encontrasse uma solução antes.