Tiffany Warren, do Omnicom: “diversidade e inclusão não são dispensáveis”
Diretora de diversidade do Omnicom e fundadora do AdColor, Tiffany R. Warren, analisou o impacto do Black Lives Matter na indústria de comunicação em entrevista ao AdAge
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Taís Farias
11 de junho de 2020 - 6h00
Nesta semana, a diretora de diversidade do Omnicom Group, Tiffany R. Warren, participou do projeto de lives desenvolvido pelo AdAge. Em entrevista, a executiva fez uma análise sobre o impacto da morte de George Floyd e dos protestos antirracistas que se espalharam ao redor do mundo no mercado de comunicação norte-americano. Tiffany também abordou as medidas que precisam ser adotadas pelas agências para promover uma indústria mais inclusiva e igualitária.
Além de liderar os esforços de diversidade dentro do Omnicom, a executiva foi a fundadora do AdColor, organização que defende a inclusão e o fim do racismo nas indústrias de comunicação e tecnologia. Nessa posição, Tiffany afirmou que tem recebido o contato de muitas agências que querem melhorar suas práticas.
Para a executiva, programas que estimulam a contratação de profissionais negros são apenas o começo de uma cultura mais igualitária. É preciso garantir que esses colaboradores tenham oportunidade de crescimento profissional e ascensão a cargos médios e seniores. Ela explica que, atualmente, muitos profissionais deixam as agências para empreender e seguir carreiras independentes por não conseguirem encontrar novos desafios e posições de destaque dentro das corporações.
Tiffany também destaca que os esforços de uma mudança organizacional precisam partir das lideranças das empresas e não dos funcionários negros. Já que, historicamente, além de lutar contra o preconceito, eles também precisaram educar os demais sobre os danos do racismo. “Esse momento mostrou que diversidade e inclusão não são dispensáveis”, afirmou a fundadora do AdColor. Para ela, a inovação e os investimentos nessa área precisam seguir um fluxo constante.
Questionada sobre a comunicação das marcas nesse momento e a necessidade de um posicionamento público, a diretora de diversidade do Omnicom foi enfática. “Qualquer pessoa pode falar sobre injustiça, desde que isso seja autêntico”, explicou. Ela também citou a marca de sorvetes Ben & Jerry’s como um exemplo a ser seguido. Uma vez que, a comunicação da empresa durante os protestos só reverberou uma causa que já era defendida pela marca extensivamente.
Muitas empresas anunciaram doações para organizações que combatem o racismo. A Nike, por exemplo, doou US$ 40 milhões nos EUA para essas iniciativas. Para Tiffany, essas ações são importantes, já que as instituições corroboram para mudanças estruturais. No entanto, ela afirma que as marcas também podem buscar fortalecer projetos que visam a inclusão dentro de seus próprios nichos de atuação.
*Crédito da foto no topo: iStock
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