Women to Watch: Daniela e Fábia

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Women to Watch: Daniela e Fábia

Conheça mais sobre a trajetória profissional de Daniela Mignani, diretora do GNT e do + Globsat e Fábia Juliasz, diretora de vídeo audience measurement da Kantar Ibope Media


2 de setembro de 2016 - 10h38

Pelo quarto ano consecutivo, o Meio & Mensagem realizou a edição brasileira do Women to Watch, um evento para destacar as profissionais que estão fazendo a diferença nas indústrias de publicidade, marketing e mídia.

Neste ano, seis mulheres foram homenageadas no Women to Watch. Ao longo da semana, Meio & Mensagem publicou perfis dessas profissionais, detalhando suas trajetórias profissionais e destacando as razões que as levaram a alcançar posições de destaque.

Depois de Adriana Knackfuss, da Coca-Cola; Aline Santos, da Unilever; Andrea Pinotti, do Itaú e Celina Esteves, da Africa, nesta sexta-feira, 2, são apresentadas Daniela Mignani, diretora do GNT e do + Globsat e Fábia Juliasz, diretora de vídeo audience measurement da Kantar Ibope Media.

Daniela Mignani

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(Crédito: Arthur Nobre)

Os temas de igualdade de gênero e da busca das mulheres por melhores condições nos âmbitos profissional e social passaram a fazer parte da rotina das executivas de todas as grandes empresas.
No caso de Daniela Mignani, tais assuntos já faziam parte de seu cotidiano há pelo menos cinco anos, quando ela assumiu a diretoria geral do GNT – um canal feminino, em todos os sentidos. “Somos pouco mais de 90 profissionais no canal e cerca de 80% dessa turma são mulheres. Acho que a característica mais marcante do grupo é a solidariedade e a compreensão das dificuldades e problemas do outro de forma mais genuína”, reflete a carioca de 47 anos, que usa o seu próprio exemplo profissional para tentar derrubar o mito da competitividade feminina.

“Fomos criadas com essa cultura de que a mulher sempre compete com outra, mas se olharmos historicamente, a mulher sempre criou redes de apoio ao seu redor. Quando sai para trabalhar, a mulher conta com a mãe, com uma tia ou com uma vizinha para cuidar de seus filhos. E certamente irá fazer o mesmo por alguma outra mãe que precisar. Essas ideias de competitividade são coisas que estão enraizadas em nosso pensamento e que muitas vezes, nem paramos para pensar”, reflete.

Provocar questionamentos e fazer a audiência feminina indagar porque determinadas coisas são dessa forma é uma das funções que Daniela tem à frente do GNT. Responsável por toda a programação e estratégia do canal, ela lida com a pressão diária pela audiência ao mesmo tempo em que procura deixar um legado informativo para os espectadores. “Todos os trabalhos têm suas cobranças e atribuições, mas como estamos na TV, tudo acaba ficando mais exposto”, pondera.

A telinha estava longe das pretensões de Daniela quando, ainda confusa em relação ao futuro, preferiu deixar a química e a informática de lado (duas carreiras que ela cogitou seguir) e prestar vestibular para comunicação. Já formada em marketing, entrou no banco Nacional como trainee, onde permaneceu por quatro anos. E foi lá, no mercado financeiro, que comprovou que o marketing era sua verdadeira paixão. “Trabalhei nas áreas de mídia e de produtos e conheci muitas pessoas”. Não demorou para que um convite da Infoglobo a tirasse do setor financeiro. Depois de quatro anos como gerente de marketing publicitário, era achou que era chegado o momento de uma nova experiência. “Queria trabalhar no varejo e migrei para o grupo de shoppings Multiplan”.

Foi nessa fase que a executiva sentiu na pele o dilema que grande parte das mulheres brasileiras vive: a dificuldade de conciliar maternidade com a carreira. Com a filha Juliana pequena, Daniela concluiu que era impossível acompanhar a educação e a rotina escolar da menina e dar conta de sua atribulada agenda. A maternidade ganhou a disputa. “Ou eu saia do trabalho ou não acompanhava minha filha. Optei por ficar com ela”. Ao se recordar do episódio, ela não esconde que, atualmente, enxerga a situação com outro olhar. “Na época, assumi aquela responsabilidade como se fosse integralmente minha e nem cogitei dividi-la com meu marido. Com o passar do tempo, nos conscientizamos mais acerca das coisas e vemos tudo de forma mais ampla”, reflete.

A pausa na carreira, no entanto, durou pouco. Logo em seguida, Daniela foi convidada para entrar na Globosat. Depois de uma rápida passagem pelo Universal Channel e de dez anos no Multishow, ela ganhou a incumbência de conduzir as estratégias do GNT. E, hoje, consegue equilibrar a balança da vida pessoal com a profissional de forma bem mais tranquila. “Vejo muitas mulheres do GNT com filhos pequenos que demandam muita atenção e reconheço que já passei bem dessa fase. Hoje, a demanda
da minha filha por mim é muito mais psicológica do que presencial. Mas não significa que seja pequena”, diverte-se a executiva, que aproveita as manhãs para praticar crossfit, corrida e musculação. Com dois irmãos surfistas, o esporte sempre fez parte de sua vida e continua sendo uma das formas de lazer preferida, ao lado dos momentos de folga com a filha, o marido e a família.

Embora conduza um canal que dá visibilidade aos movimentos femininos e à busca pela igualdade entre os gêneros, Daniela é contra os discursos mais extremistas. “Não gosto daquele feminismo exagerado, porque causa a impressão que estamos indo contra os homens. Somos diferentes e acredito que isso deva ser preservado. Não gosto nem da palavra empoderamento. Acho que o mais correto é dizer que as mulheres vivem uma fase de conscientização de sua posição e de seu valor na sociedade”, frisa.

E não é apenas dentro da Globosat que Daniela pretende continuar levantando essa bandeira. A profissional tem planos de desenvolver atividades educacionais para o terceiro setor. “Dou aula em escola pública duas vezes ao ano, mas quero fazer mais. Acredito que há muito conhecimento que precisa ser levado às populações mais carentes e quero poder estudar mais para colocar isso em prática”, promete.

Fábia Juliasz

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(Crédito: Arthur Nobre)

Entender a jornada profissional de Fábia Juliasz é fazer uma retrospectiva da história recente da economia brasileira. Cada novo passo dos 34 anos de carreira da profissional, que desde 2014 é diretora de vídeo audience measurement da Kantar Ibope Media, foi dado com base nos ventos da economia e na sua eficiente percepção em detectar qual seria o próximo segmento da indústria a crescer.

Com talento nato para á área das exatas, Fábia foi a exceção de uma família composta por pai, mãe e dois irmãos formados em medicina ou em odontologia. Sua primeira faculdade foi Ciências da Computação, escolha que já indicava o estilo de sua mente “excel”, como ela mesma gosta de definir. “Sou super organizada e tenho uma facilidade enorme de administrar o tempo e as tarefas, tanto na vida pessoal como no trabalho”, comenta.

Até chegar ao posto atual, no qual é responsável por gerir 450 pessoas no Brasil mais um enorme time de profissionais espalhados por toda a América Latina, Fábia precisou realmente de muita organização e planejamento. Depois de cursar também Finanças e Marketing na Fundação Getúlio Vargas e de trabalhar em uma multinacional, ela concluiu que precisava entender do cotidiano da Bolsa de Valores e aceitou o convite para atuar na vice-presidência do Itaú, dentro da Bovespa. “Foi a época da hiperinflação, então, todas as pessoas, até mesmo as mais simples, investiam em ações e ganhavam muito com isso”, recorda.

A bonança durou até a implementação do Plano Cruzado, que derrubou a inflação de um dia para o outro e gerou uma alta demanda por consumo interno. Fábia fez as contas e percebeu que poderia ganhar muito mais e ter mais satisfação profissional de outra forma. E foi aí que teve início a fase mais empreendedora de sua vida. “Fui conversar com a minha costureira e disse que queria aprender aquele ofício. Comecei criando uma linha de acessórios para cabelos e deixei algumas peças para serem vendidas em uma loja do shopping Iguatemi. Na mesma semana me ligaram para dizer que haviam vendido tudo. A partir daí, a produção cresceu”, conta.

O empreendimento de Fábia chegou a ter 50 funcionários, que produziam itens de vestuários e acessórios, comercializados em lojas dentro e fora do Brasil. “Era muito jovem e tinha que entender e cuidar de tudo na empresa. Isso me trouxe um grande conhecimento do mundo empresarial e dos negócios”, conta. A abertura comercial do País e a chegada dos produtos asiáticos, em meados dos anos 90, acabaram quebrando o negócio de Fábia, que imediatamente detectou que o mercado publicitário era a nova boa onda daquele momento. “Fui trabalhar na área de publicidade da Editora Abril e a mídia impressa estava em alta. As revistas vendiam muito e tinham um faturamento muito grande. Conheci muita gente e aprendi sobre uma nova área”, comenta.

Em 1999, no entanto, a profissional foi convidada a entrar na empresa na qual permanece até hoje. Como a internet ainda era um território a ser explorado, Fábia foi chamada para construir os painéis de audiência online e outros produtos digitais do Ibope. “Foi uma fase em que viajei muito, porque atuávamos em toda a América Latina. A internet era algo novo, então tivemos que desenvolver tudo do zero”, recorda.

Com tantas atribuições profissionais, ela ainda teve de encaixar na agenda o espaço para cuidar e acompanhar o crescimento de seus três filhos: Marcela, de 21 anos, estudante de medicina; Maria, de 18 anos, que cursa Jornalismo; e Nicolas, de 13 anos. “Hoje, o trabalho que eles mais me dão é para conciliarmos uma viagem em família. Todo mundo sempre tem compromisso e a companhia dos pais acaba sendo uma coisa chata”, diverte-se, garantindo que nunca sentiu a culpa que muitas mulheres carregam por ter de dividir a atenção entre o trabalho e os filhos. “Sempre disse a eles que as atividades da escola eram responsabilidade deles e procurei estar presente sempre. Meu marido ajudou muito nisso e acho que consegui fazer com que eles crescessem de forma saudável”. Ela também deu aulas, por sete anos, em universidades.

Aos 51 anos e cercada de planilhas, números e dados de audiência, Fábia procura aliviar a mente com duas de suas paixões: natureza e animais. Esportista ao longo de toda a vida (fez parte de companhia de ballet e jogou tênis por muitos anos), ela acorda bem cedo para praticar equitação, quase que diariamente. Sua filha, Marcela, herdou a paixão pela prática e até já disputou campeonatos de hipismo. “Tenho a ideia de, futuramente, fazer algo em torno da ecologia e da sustentabilidade, já que amo esse tema”, comenta.

Outro objetivo na planilha do futuro de Fábia é auxiliar os novos profissionais da indústria a derrubar as barreiras que separam online e offline. “Ainda percebo que as pessoas não conseguem enxergar esses mundos como algo único e cabe a nós, que atuamos na área, ajudar a tornar essa visão mais fluida. Gostaria de deixar um legado de educação, conhecimento e integração”, projeta.

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