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Ensanduichada por Black Friday e Natal, Copa no Catar após eleições presidenciais ameniza uso político do evento, mas muda dinâmica dos planos e ações das marcas e da mídia


16 de agosto de 2022 - 6h00

Copa do Mundo acontece no Catar, em novembro e dezembro (Crédito: Divulgação)

Na semana passada, a Fifa confirmou a antecipação em um dia do início da Copa do Mundo no Catar, agora marcado para 20 de novembro, um domingo, às 13 horas, no horário de Brasília. Portanto, na sexta-feira, 12 de agosto, começou a contagem regressiva de 100 dias para o pontapé inicial do mundial.

Além de ser o maior evento global com público presencial após a pandemia de Covid-19, com expectativa do Catar receber mais de 1 milhão de turistas no período, há muitos elementos atípicos que o cercam, desde ser a primeira edição da Copa em um país árabe até a inclusão, entre as sedes, de um estádio desmontável.

Para o mercado brasileiro, o principal ineditismo é justamente o da data — alterada para o fim do ano, com a finalidade de atenuar para atletas e público os efeitos do calor do deserto.

Do ponto de vista social, será a primeira vez que a Copa ocorrerá após as eleições presidenciais, amenizando, assim, a possibilidade de repetição do histórico uso político do evento.

Pelo ângulo mercadológico, a Copa estará praticamente ensanduichada por Black Friday e Natal, que, se normalmente já animam as projeções de consumo pela quantidade maior de dinheiro que circula nos fins de ano, têm em 2022 o adicional do Auxílio Brasil elevado a R$ 600.

A expectativa é a de que esse impulso financeiro aglomerado em novembro e dezembro ajude muitas empresas a alcançar resultados positivos nos negócios e a compensar perdas com os meses anteriores de incertezas e desconfiança. Por outro lado, espera-se um congestionamento no inventário da mídia.

Em ambas as perspectivas, muda o peso escapista da Copa, que capta a atenção da população brasileira, esperançosa pela busca do hexa para a Seleção, bem mais do que ocorre em outros países, como comprovam as pesquisas de interesse no mundial. Com a previsão de um ambiente ainda mais polarizado até outubro, o torneio poderá significar um momento de leveza neste período de pós-pandemia e instabilidade político-econômica.

Entretanto, antes de mudar a rotina das pessoas, o evento mexe com os planos e ações de marcas, mídia e agências. É sobre esse ponto que se atém a reportagem que merece o destaque de manchete na edição desta semana de Meio & Menagem.

Em uma época em que o futebol é produto para número recorde de meios de comunicação, envolvendo desde a televisão até os influenciadores, do rádio aos podcasts, dos aplicativos às redes sociais, a editora Bárbara Sacchitiello conta como a Copa no Catar altera a dinâmica dos veículos e suas ofertas ao mercado anunciante. Com transmissões híbridas e multiplataforma, o evento é uma oportunidade de negócios também para veículos que não detêm os direitos de transmissão, mas investirão em cobertura jornalística ou atrações de entretenimento, beneficiando-se do ambiente atrativo criado em torno da Copa.

Por fim, mas não menos importante, há o peso cultural que as Copas do Mundo sempre carregam e que, no Catar, está envolto em controvérsias e cobranças internacionais por questões como o abuso e a precariedade das condições de trabalho de imigrantes — presente, inclusive, nas obras feitas para o evento —, o fato de a homossexualidade ser considerada ilegal no país e o sistema de tutela masculina nos costumes, que muitas vezes subjuga as mulheres.

São temas que deverão dividir atenções com os aspectos de mobilização, paixão e conexão, que sempre municiam o trato comercial do futebol e terão seu ápice quando a bola começar a rolar no Catar, daqui a 100 dias. E, para quem gosta — ou precisa — se programar com antecedência, os três jogos do Brasil na etapa inicial serão todos em dias de semana: quinta, 24/11, às 16 horas a estreia contra a Sérvia; segunda, 28/11, às 13 horas, contra a Suíça; e sexta, 2/12, às 16 horas, contra Camarões. Sorte para o País nas urnas e nos gramados.

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