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Copa: São Paulo define as regras do jogo

Secretaria Executiva de São Paulo para a Copa de 2014 prepara para junho o lançamento do plano de promoção do Estado para o Mundial da Fifa


8 de maio de 2012 - 10h58

Já vai longe o tempo em que São Paulo chegou a ter a sua participação na Copa do Mundo de 2014 ameaçada. O Comitê Paulista para o evento trabalha agora para oferecer serviços e estrutura à altura do protagonismo que a região exercerá durante a realização do evento — com direito ao pontapé inicial do torneio, tanto dentro de campo, já que a primeira partida será disputada na capital do Estado, quanto fora dele, pois 47% dos turistas estrangeiros que vêm ao Brasil chegam ao País via São Paulo.

Nesta entrevista ao Meio & Mensagem, a coordenadora da Secretaria Executiva de São Paulo para a Copa de 2014, Raquel Verdenacci, explica como funciona o órgão estadual, responsável pelos projetos de mobilidade urbana, infraestrutura e segurança do Estado, que deve receber cerca de 200 mil turistas durante o Mundial de 2014. Ela prepara para as próximas semanas o lançamento do plano de promoção de São Paulo para o Mundial da Fifa. O documento concederá às agências de publicidade e de promoção a chancela oficial para que seus projetos possam captar patrocínios junto às grandes marcas.

Plano de promoção
Em breve lançaremos o plano de promoção do Estado. A ideia é envolver as principais agências de publicidade e de promoção para que elas possam ter a chancela oficial de seus projetos para captação de patrocínios. Os anunciantes estão sedentos para conhecer as oportunidades, mas têm dúvida de onde podem investir, se aquilo que está no papel será entregue. Trabalharemos como um agente orientador. Não adianta ficarmos reprimindo em 2014, quando a Copa chegar. Isso é que vai fazer a economia girar e o público é que será o beneficiado, com uma massa crítica oficial. Queremos ver
a criação de exposições itinerantes e roteiros gastronômicos, por exemplo, que saiam do quadradinho do mundo do futebol. Esse plano terá as regras do jogo: que tipo de projeto poderá ser patrocinado por quem, qual projeto receberá a chancela para que sejam captados patrocinadores da Fifa, quais são os não concorrentes e até aqueles que não têm nada a ver com a Copa. A ideia é que as empresas tenham segurança nesses projetos, sempre de acordo, por exemplo, com a Lei Cidade Limpa. Projetos privados que tenham a ver com a Copa do Mundo precisarão dessa análise, essa chancela que
afirma que tal projeto é aderente ao conceito do mundial.

Guia de Cidade
Preparamos uma lista de cidades candidatas a serem centros de treinamentos, que inclui estâncias e destinos turísticos estratégicos para a realização de eventos. Com o Guia Cidade Base do Estado de São Paulo (publicado em fevereiro de 2011), organizamos a oferta dos candidatos a centro de treinamento num único roteiro e distribuímos não só para o Comitê Organizador, mas também para as embaixadas
e federações. É um projeto paralelo, não oficial, mas que serviu de ponto de partida para estimular a participação dos municípios paulistas, uma maneira de envolver todo o interior do Estado na Copa. Assim, está atrelado a uma geração de oportunidades para a iniciativa privada — as agências de eventos, de marketing esportivo e marketing promocional — na criação do calendário efervescente do estado de São Paulo.

Festas públicas
Também pretendemos incentivar a criação dos eventos de exibição pública. A Fan
Fest, evento oficial da Fifa, que realiza uma dessas por cidade-sede, será realizada no
Anhangabaú. A ideia é criar um manual de diretrizes de eventos e ações promocionais
para as cidades. Não é para engessar, e sim para estimular com orientações definidas. Pode acontecer até um incentivo na captação pelos patrocínios. Claro que existe o compromisso do Governo em combater o marketing de emboscada, mas também estamos criando outras formas de captação de patrocínios locais para estimular o mercado e para que possamos realizar o maior número de eventos por todo o estado de São Paulo. Esses eventos de exibição dos jogos são oficiais, avisados à Fifa. Cada evento tem uma taxa específica para a transmissão dos jogos. Queremos que nossos municípios não errem por falta de conhecimento, por isso a criação desse manual.

Infraestrutura
As coisas que estão em curso não sofrerão muita alteração de rota. Hoje temos
de construir o plano de mobilidade para o público chegar a Itaquera, para o estádio.
Estamos numa segunda fase de planejamento. O evento é privado, da Fifa. Nós
nos candidatamos a sediar um evento que tem dono, tem uma gestão. A contrapartida
é dar um apoio de infraestrutura para esse evento. Do estádio para dentro, a  organização é da Fifa. Temos de nos preocupar do perímetro externo do estádio para
fora. Nossa obrigação, que está no papel, limita-se a transporte, segurança e atendimento emergencial. O resto, como promoção e eventos, está fora do quadrado.

Incremento do turismo
O turista vai ficar pingando de sede em sede, mas pode utilizar São Paulo como
base, numa operação de match day. Precisamos criar mecanismos, eventos, entretenimento e projetos que estimulem o consumo da própria cidade, seja o turismo
internacional ou regional, até mesmo do interior do estado. Esse é o legado econômico para a cidade.

Objetivos
São três: consolidar o estado como destino de eventos internacionais, alcançar
nível de excelência na prestação de serviços ao turista e garantir que as obras e
ações tenham um efetivo legado à população. Não temos como competir com
destinos de sol e mar. Precisamos trabalhar como destino de eventos, para que
a Copa seja uma plataforma de promoção da cidade no mundo todo. Teremos
investimentos permanentes de até R$ 20 bilhões para o Mundial.

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