Dez Coisas para esquecer
Confira dez notícias do ano que chamaram a atenção por situações que deram erradas
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Meio & Mensagem
23 de dezembro de 2011 - 9h15
A série de listas de Meio & Mensagem vão chegando ao fim. Já tivemos os fatos mais marcantes em cada editoria, as personalidades que se destacaram, os vídeos mais vistos e as marcas mais comentadas. Não poderíamos esquecer dos fatos que, de alguma forma, marcaram negativamente o ano. Confira!
1 – Fórmula Indy em plena segundona
No trecho da pista local da Marginal Tietê que integra o circuito de rua da Itaipava São Paulo Indy 300 Nestlé a velocidade ultrapassava os 300 quilômetros por hora. Mas nas pistas ao lado e em várias vias da capital paulista o cenário era de trânsito parado. A transferência da etapa brasileira da Fórmula Indy de domingo, 1o de maio, para segunda-feira, 2, devido as intensas chuvas deixou o caótico trânsito da cidade ainda pior. O Procon chegou a notificar o Grupo Bandeirantes de Comunicação, organizador do evento, por conta do episódio. A iniciativa gerou um acordo que previa a devolução de 30% do valor do ingresso para o público ou um desconto de 30% no preço do bilhete para a corrida de 2012.
2 – Jogo sujo nas relações públicas
Em maio, estourou um dos grandes escândalos do mercado de relações públicas. O Facebook contratou os serviços da Burson-Marsteller para executar um trabalho, no mínimo, polêmico: propagar pontos críticos do concorrente Google. E isso sem identificar adequadamente aos jornalistas qual cliente estava por trás das ações. O objetivo era mostrar que o Google estaria criando uma funcionalidade com características de rede social (o Social Circles) que levanta sérias questões de privacidade. E por que ela estaria usando dados do Facebook nesse novo serviço. A culpa acabou recaindo na Burson. Em entrevista exclusiva ao Meio & Mensagem, Ramiro Prudêncio, presidente da agência na América Latina, afirmou que a empresa jamais deveria ter aceitado o projeto, por conta da exigência de esconder o nome do cliente.
3 – Apagão do Brasil em Cyber
Mais uma vez o Brasil mostrou no Festival de Cannes que continua parado no tempo em termos de criatividade digital. O único dos Cyber Lions trazido em 2011 na bagagem brasileira foi uma Prata da Loducca, conquistada com o trabalho “Street art view”, criado para Red Bull. Talvez, a única peça sintonizada com a evolução que a categoria vem tendo nos últimos anos. O sucesso no passado com os banners, porém, ainda é a baliza de qualidade para a maioria das agências que se inscrevem no Festival. O maior sintoma disso é que o Brasil foi o país que proporcionalmente mais inscreveu peças em banners, uma subcategoria que corre sério risco de extinção nas futuras edições.
4 – Leões cassados da Moma
A obsessiva busca pelo reconhecimento internacional por meio da conquista de Leões em Cannes produziu neste ano mais um constrangedor episódio para a publicidade brasileira. Os dois Leões conquistados pela Moma para a Kia acabaram sendo cassados após uma sequência de revezes iniciada nas redes sociais com acusações de que uma das peças promovia a pedofilia. A repercussão mundial fez com que executivos internacionais da montadora sul-coreana reagissem dizendo que o teor ia contra as políticas da marca. Diante da polêmica, a agência optou por não enviar à organização do Festival os comprovantes de veiculação, para não constranger ainda mais a filial brasileira de seu cliente. Cannes ainda aplicou a até então inédita punição a profissionais citados nas fichas de inscrição com o impedimento de concorrerem em 2012.
5 – Verborragia de Rafinha Bastos
“Comeria ela e o bebê”. A frase, dita pelo humorista e apresentador Rafinha Bastos em uma das edições do CQC no mês de setembro parecia ser apenas mais uma piada típica de seu estilo humorístico, dita em referência à cantora Wanessa, que na época estava no quinto mês de gestação. A repercussão, entretanto, foi das piores. Wanessa ficou indignada e abriu um processo. O ex-jogador e empresário Ronaldo, sócio do marido de Wanessa, Marco Buaiz, reclamou. A própria trupe do CQC também reprovou. E a Bandeirantes, antes mesmo que algum anunciante do programa se manifestasse, tirou Rafinha do ar. Ele não retorna para a Band em 2012.
6 – Machado de Assis “branco”
A intenção era a melhor possível: homenagear o maior escritor que o Brasil já teve: Machado de Assis, lembrando que ele havia sido um ilustre cliente da Caixa Econômica Federal, como parte das comemorações dos 150 anos do banco. A execução, porém, pecou em um detalhe: a escolha de um ator branco para interpretar o personagem mulato. O comercial “O bruxo do Cosme Velho”, criado pela BorghiEhr/Lowe e produzido pela Conspiração, acabou gerando um enorme constrangimento para a instituição financeira com direito ao efeito multiplicador das redes sociais. Ao anunciante só restou tirar o filme do ar, emitir um comunicado de desculpas e refazer o comercial.
7 – A gafe de Roberto Medina
Ele internacionalizou a fama do Rock in Rio, mas não conseguiu evitar uma gafe indigesta, ao confundir o nome do seu patrocinador, o Bob’s, com o da poderosa marca dos arcos dourados, o arquirrival inimigo McDonald’s. O fora de Roberto Medina aconteceu durante uma entrevista concedida ao canal Multishow, responsável pela transmissão ao vivo do festival realizado em setembro e outubro. Medina comentava justamente sobre os resultados acumulados com as vendas de hambúrgueres. Somente nos primeiros quatro dias do evento, o Bob’s comercializou 79 mil lanches para mais de 350 mil pessoas, um recorde histórico para a marca, uma genuína conterrânea do festival.
8 – Politicamente correto peca pelo excesso
Linda como sempre, mas vestida apenas com lingerie, Gisele Bündchen deu dicas de como dar notícias ruins ao marido. A campanha bem-humorada que estreou o atendimento da Giovanni+DraftFCB à Hope deu o que falar. Mas devia? Bom, aproximadamente 40 consumidores incomodados reclamaram no Conar. Até aí, nenhuma grande novidade. Mas, surpreendentemente, a campanha levou a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República a enviar um ofício ao órgão pedindo a suspensão da campanha. “É um patrulhamento baseado em conceitos antigos. Quando temos um mercado evoluído como o nosso, que sabe distinguir o que é piada de afirmativa, soa fora de época este tipo de polêmica”, comenta Adilson Xavier, copresidente e diretor nacional de criação da agência. O Conar também não viu nenhum problema na campanha e arquivou o processo. Ufa!
9 – Tropeços do e-commerce brasileiro
As compras via internet, cujo grande apelo é facilitar a vida dos clientes, acabaram muitas vezes complicando a tarefa para eles em 2011. Falta de infraestrutura interna e preparo em termos de logística frustraram a experiência de consumidores, que não tiveram suas compras entregues no prazo ou simplesmente não receberam os produtos adquiridos. Em novembro, o Procon-SP chegou a ameaçar de tirar do ar por 72 horas os sites de comércio eletrônico do Grupo B2W: Americanas.com, Submarino e ShopTime. O órgão também cogitou multa de R$ 1,74 milhão à empresa. Na sequência, o Procon autuou os sites de compras coletivas Groupon, ClickOn e Peixe Urbano, assim como alguns de seus parceiros de ofertas.
10 – Preconceito, racismo e ódio na mídia social
Uma das notícias de maior impacto neste ano foi a revelação do câncer do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O brasileiro, como se sabe, é afeito às redes sociais e foi nesse cenário, mais especificamente no Facebook, que o assunto tomou grandes proporções e criou um debate entre duas correntes: os que desafiavam Lula a se tratar pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e os que defendiam que o ex-presidente tenha a opção de fazer o tratamento de forma privada (Lula é atendido por uma equipe do Hospital Sírio-Libanês). Foi possível tanto compartilhar o lado positivo (pessoas que passaram pelo SUS e têm boas experiências para relatar) quanto o negativo (mortes por negligência no mesmo SUS). O problema foi transformar as redes sociais em um canal para expressar e publicar preconceito, racismo e ódio.
Colaboraram: Bárbara Sacchitiello, Felipe Turlão, Fernando Murad, Janaina Langsdorff, Robert Galbraith, Roseani Rocha, Sérgio Damasceno e Teresa Levin
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