Farmaceuticas negociam cinco aquisicoes
Compra de laboratórios de pequeno e médio porte, licenças de medicamentos e novas fábricas devem ditar os rumos do setor em 2012
Compra de laboratórios de pequeno e médio porte, licenças de medicamentos e novas fábricas devem ditar os rumos do setor em 2012
Janaina Langsdorff
4 de janeiro de 2012 - 10h00
A indústria farmacêutica vai crescer em 2012, mas não deve repetir a mesma performance registrada nos últimos cinco anos, período na qual o setor cresceu o dobro do PIB nacional. De acordo com informações da Sindusfarma (Sindicato das Indústrias de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo) publicadas na edição dessa quarta-feira, 4, pelo jornal Valor Econômico, o segmento deve concentrar negócios ligados aos medicamentos genéricos, que respondem por aproximadamente 25% do faturamento das farmacêuticas.
Os laboratórios de pequeno e médio portes nacionais serão o alvo das próximas aquisições, ao contrário dos últimos dois anos, quando os investimentos estavam voltados para as grandes corporações. As licenças de medicamentos e a criação de novas fábricas devem ditar os rumos do setor em 2012, que já começa com cinco transações em andamento.
Só que este ano, a tendência é que o preço das aquisições volte ao patamar tradicional do mercado, em torno de seis a sete vezes o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da empresa. Para se ter uma ideia do sobrepeso praticado nos últimos dois anos, a aquisição da Mantecorp pela Hypermarcas, anunciada em 2010, foi avaliada em 21 a 22 vezes o Ebtida.
Resgate dos negócios
A movimentação do setor começou em 2009 com a compra da brasileira Medley pela francesa Sanofi-Aventis, e da Neo Química, de Anápolis (GO) pela Hypermarcas, que um ano depois comprou a Mantecorp. Em 2010, foi a vez da americana Pfizer adquirir 40% da Teuto, também sediada em Anápolis. Já no ano passado, a Eurofarma comprou a Cristália dando origem à Supera, criada para comercializar medicamentos maduros, e agora busca ativos fora do Brasil, especialmente no Mercosul. Por aqui, a companhia deve fechar nos próximos meses um acordo de licenciamento.
Há ainda outras operações em curso, como a união entre a Entregga, empresa recém-criada para investir em laboratórios e saúde em geral, e o fundo Kinea, do banco Itaú, para comprar participações minoritárias em laboratórios de pequeno e médio portes. Por outro lado, o crescimento orgânico é a principal estratégia da EMS, de Hortolândia (SP), para crescer em 2012. A empresa pretende inaugurar duas novas fábricas no País, uma em Jaguariúna (SP), voltada para a produção de suplementos alimentares, estimada em R$ 30 milhões, e outra em Brasília, com investimento de cerca de R$ 150 milhões para a fabricação de antibióticos e hormônios.
Depois de adiar os planos para abrir o seu capital, o laboratório nacional Aché permanece atento às novas oportunidades do mercado, enquanto a Biolab pretende expandir a sua gama de produtos por meio de parcerias, como a joint venture criada em 2010 com a alemã Merz para atuar no segmento de toxina botulínica no Brasil. No ano passado, três dos quatro sócios da Biolab – os irmãos Cleiton de Castro Marques e Paulo de Castro Marques e o empresário Dante Alário Júnior – criaram a Avert, laboratório voltado para a classe C, que comprou a Zurita, de Araras (SP), fabricante da pomada Acnase, indicada para o combate à acne.
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