Livro de André Torretta projeta o Brasil de 2021
Publicitário entrevistou empresários e personalidades para avaliar as áreas que merecem maior atenção dos executivos em seus planejamentos estratégicos
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Roseani Rocha
29 de agosto de 2012 - 8h55
A evolução econômica e social do Brasil e o cenário mais estável nos últimos anos trouxeram em sua esteira desafios aos quais não estávamos tão acostumados, como o planejamento do futuro, por exemplo. O assunto é abordado pelo publicitário André Torretta no livro “E agora, vai?” (Editora Da Boa Prosa), que teve lançamento oficial semana passada, em São Paulo. A obra é um relatório de cenários futuros com base em entrevistas qualitativas, avaliando o País em várias áreas no período de 2012 a 2021. O resultado geral é de que “a sociedade brasileira será mais igualitária, educada e próspera”.
Torretta utilizou a metodologia Delphi, americana, que consiste em colher opiniões em comum de personalidades “de visão” sobre temas importantes para o País. Foram 26 entrevistados, com perfis díspares. Fazem parte da lista o presidente do conselho de administração da Gol, Constantino Júnior, a pedagoga Dagmar Garroux, o engenheiro químico Expedito Parente, que cunhou a primeira patente mundial de biodiesel na década de 80, o jornalista Fernando Morais e a empresária e consultora de moda Glória Kalil. Além deles, o estudo contou com pesquisas qualitativas com 120 jovens entre 15 e 17 anos (que serão os consumidores adultos daqui a 10 anos) e abordagem com “trend setters”, como jovens executivos, mulheres e negros.
Destaques da análise
O início do processo de melhor distribuição de renda, que levou ao fenômeno de aumento da classe C, foi um dos grandes assuntos citados pelos entrevistados. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, no entanto, afirma que a miséria será extinta somente em 2016. Mesmo assim, o crescimento econômico já trouxe novas tendências de comportamento interessantes que serão acentuadas nos próximos 10 anos, como a glamourização, que influencia até as festas populares, e a valorização do conforto.
A participação feminina no mercado de trabalho continuará crescendo. A taxa de atividade de mulheres com mais de 10 anos subiu de 26,9% em 1980 para 44,1% em 2000 e somente em São Paulo deverá chegar a 49% até 2020. Seu papel no consumo já impacta o mercado, como serviços especiais das seguradoras de automóveis, a valorização da beleza real pela indústria de cosméticos, o desenvolvimento de eletrodomésticos mais práticos e o crescimento da indústria de comida congelada.
O setor agrícola, segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico verá as exportações do Brasil em alta até 2020 e o valor das commodities subir em média 55% na próxima década. O Centro-Oeste desponta como região de alto crescimento, mas com desafios como a infraestrutura para escoamento da produção e a ameaça de destruição do Pantanal. Outra mudança, que já está em curso, é a descentralização do crescimento econômico do País, com as regiões Norte e Nordeste desempenhando papel cada vez mais importante. Tanto que motiva iniciativas como as da Kraft, que investiu US$ 80 milhões para abrir uma fábrica em Pernambuco e tem adaptado produtos, como Tang, para atender o gosto local.
Já o investimento na educação será o fiel da balança no avanço, ou estagnação, do Brasil. “A importância da educação e a precariedade em que ela ainda se encontra no País são unanimidade entre todos os entrevistados”, diz Torretta. Apesar dos problemas a tendência, avalia o autor, é de melhora, com um em cada três brasileiros estudando hoje em dia.
Por fim, no esporte, a estimativa é que a Copa do Mundo de 2014 gere R$ 183,2 bilhões, dos quais R$ 47,5 bilhões (ou 26%) diretos e R$ 135,7 bilhões (74%) indiretos. Para a Olimpíada do Rio, espera-se investimento de US$ 14,4 bilhões e que movimente US$ 51,1 bilhões em todo país. O impacto no Valor Bruto de Produção do país será de R$ 49,2 bilhões, que deve se prolongar de 2017 a 2027, com outros R$ 53 bilhões. Como aproveitar da melhor maneira estes recursos é parte fundamental do desafio para deixarmos de ser o eterno País do futuro.
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