Netflix e Trump: os anunciantes do ano
Advertising Age divulga o A-List, que, dessa vez, inclui pessoas e categoria entre os melhores cases de marketing de 2016
Advertising Age divulga o A-List, que, dessa vez, inclui pessoas e categoria entre os melhores cases de marketing de 2016
Meio & Mensagem
8 de dezembro de 2016 - 14h38
Como faz todos os anos, a publicação norte-americana Advertising Age elaborou um ranking das marcas que mais tiveram destaque em 2016, reunindo-as na tradicional A-List. Desta vez, a eleição, feita pelo conselho editorial da publicação, apresenta alguns nomes cujos perfis diferem bastante de alguns anunciantes tradicionais.
Liderado pelo Netflix, o ranking dos maiores anunciantes de 2016 ainda traz o republicano Donald Trump, recém-eleito presidente dos Estados Unidos, a maconha (que foi alvo de debates e de projetos de lei em todo o país) e Pokemon, animação japonesa que voltou a fazer parte do cotidiano dos fãs graças à mídia mobile. Veja o ranking:
1- Netflix
Embora não seja um anunciante por excelência – a empresa até realiza poucos investimentos em marketing tradicional, se comparada a outras companhias – a plataforma consegue mostrar como é possível usar os dados a favor de sua comunicação e entregar a mensagem certa para um público que anseia por novidades e entretenimento. A popularidade da Netflix faz com que seus próprios usuários acabem sendo responsáveis por grande parte de seus esforços de marketing, seja com a criação de memes e conversas em tornos de produções como Stranger Things e Black Mirror.
2- Donald Trump
Ao se reunirem para eleger os anunciantes do ano, a equipe editorial do Ad Age não teve como ignorar a presença de alguém que ganhou todas as atenções dos Estados Unidos e do mundo. A eleição do bilionário Donald Trump à presidência norte-americana pode ser comparada a uma negociação em que muitas pessoas adquirem um produto sem fazer ideia de como ele realmente é. O que prova que as mensagens, falas e estratégia de sua campanha foram suficientes para convencer o público a confiar em algo ainda desconhecido.
3- Dr. Pepper
Em um ano difícil para a publicidade de refrigerantes – por conta do aumento das preocupações em torno da adoção de hábitos mais saudáveis – o Dr. Pepper Snapple Group, proprietário da Dr. Pepper, conseguiu registrar um expressivo crescimento graças à associação da marca com o futebol universitário e a forte comunicação de sua linha Diet, que chegou a superar as vendas de Diet Coke e Diet Pepsi. O segredo para o sucesso, segundo executivos de marketing da marca, foi associar a bebida às relações sociais e aos encontros entre amigos.
4- FX
O canal FX conseguiu fazer o público se prender – e gerar expectativas – para conhecer mais a fundo a história de um crime ocorrido há mais de 20 anos. A divulgação da série “The People v. O.J. Simpson: American Crime Story” e as estratégias de engajar o público e estimular a curiosidade em torno dos desdobramentos do caso levou a série a alcançar a maior audiência do FX no ano.
5- Intel
Embora tenha uma reputação global sólida, a Intel havia perdido um pouco do prestígio entre o público mais jovem. Com a missão de se conectar com os millenials, a marca e a McGarryBowen deram início a uma reformulação da comunicação, estruturada no conceito “Experience What’s Inside”. As ações da marca no ano incluíram até a participação na apresentação histórica da cantora Lady Gaga no Emmy, em que seu rosto foi transformado, via tecnologia, na face do cantor David Bowie.
6- KFC
Para entrar na lista dos anunciantes do ano, a rede de fast food KFC teve de voltar a sua origem. Desde maio de 2015, quanto entregou sua conta publicitária para a Wieden+Kennedy, a marca resgatou a figura deu seu fundador, o Coronel Harland Sanders, que ganhou vida em diversos comerciais e ações, sendo interpretado por diferentes atores. Com novos produtos no cardápio e resgate de itens que estavam relativamente esquecidos pelo público, a rede usou de humor e riu de si mesma para chamar a atenção em 2016.
7- Adidas
Depois de ter sido superada pela Under Armour no segmento de roupas esportivas no ano passado, a Adidas recuperou a vice-liderança, voltando a ser, depois da Nike, a maior companhia do setor. A recuperação veio com base no lançamento de produtos, expandindo seu uso, inclusive, para fora do universo esportivo.
8- Maconha
Embora o Advertising tenha a tradição de listar empresas – e não categorias entre os anunciantes do ano – a publicação abriu exceção por considerar que a erva vive um período de destaque. Seu consumo medicinal já está liberado em 28 estados norte-americanos e oito deles já permitem, também, seu uso recreativo. Na opinião da publicação, o aumento das discussões em torno da maconha são um contraponto ao período mais conservador vivenciado pelo País – que chegou ao ápice com a eleição de Donald Trump. Alguns players da indústria de publicidade já vêm, inclusive, trabalhando para mudar a forma como a sociedade vê a erva. Estima-se que, em 2015, o consumo de maconha nos Estados Unidos tenha movimentado a quantia de US$ 3,4 bilhões.
9- Pokemon
De um comercial do Super Bowl, para a tela dos celulares de todo o planeta: 2016 foi o ano do Pokemon. Para celebrar o 20º aniversário da animação, a companhia japonesa lançou um game que, da Ásia, acabou ganhando adeptos em todo o planeta, fazendo com que a caça de pokemons se tornasse um dos esportes mais praticados no ano. Em setembro, o game atingiu a marca de 500 milhões de downloads e deve continuar ganhando força com uma animação, que está prevista para chegar aos cinemas em 2017.
10- Associação dos Anunciantes Nacionais (ANA)
A entidade do setor nos Estados Unidos se destacou por colocar em pautas questões sobre transparência e provar no mercado um questionamento sobre suas práticas e diretrizes. O posicionamento acabou tendo consequências e a ANA chegou a perder patrocínio e apoio de grupos outrora parceiros, que passaram a ser alvo de suas críticas.
Com informações do Advertising Age.
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