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O Boticário quer transformar escritórios em arquibancadas

Marca estimula colaboradores e outras empresas a torcerem por seleção brasileira feminina na Copa e quer que iniciativas de apoio à modalidade perdurem além do momento de euforia


5 de junho de 2019 - 11h04

(Crédito: mladen_zivkovic/istock)

No próximo dia 13 de junho, uma quinta-feira, a seleção brasileira disputa a sua segunda partida pela Copa do Mundo feminina, a primeira em dia de semana (a estreia será no domingo, 9). Em diversos escritórios pelo país, os televisores estarão sintonizados na partida, que será transmitida pela Globo (pela primeira vez), e pela Band. Alguns deles vão parar, inclusive, para assistir aos confrontos brasileiros, como já é tradição nos jogos do Brasil pela Copa do Mundo masculina. Parte deste movimento, inédito, foi incentivado pela campanha “Com você eu jogo melhor”, criada pelo Boticário, com uma série de ações ligadas a equidade de gênero ao longo do ano. A principal delas é incentivar todos os seus colaboradores (e de outras empresas) a prestigiarem o time de Marta, Cristiane e cia.

Além disso, a marca também entrou no movimento de apoio ao futebol feminino promovido por Guaraná Antarctica. Para entender de que maneira tais iniciativas têm potencial ou não para perdurar além da Copa do Mundo, realizamos uma entrevista jogo-rápido abaixo, com Cristiane Irigon, diretora de comunicação do Boticário.

Cristiane Irigon: “Acreditar e valorizar a diversidade sempre será uma prioridade”

Meio & Mensagem – O Boticário abraçou o movimento criado por Guaraná Antarctica e também lançou a campanha “Com você eu jogo melhor”… São ações pontuais ou há chances de valorizar a modalidade no futuro?.
Cristiane Irigon – O nosso objetivo com a Campanha #comvoceeujogomelhor é apoiar projetos que reforçam os valores da marca O Boticário e a representatividade feminina é um deles.  O futebol feminino foi proibido no Brasil por 40 anos. Ainda assim, as conquistas são muito representativas. Se sozinhas elas já estão indo tão bem, imagina o que não podem fazer se estivermos com elas? Parar as operações para apoiar o futebol feminino é um pequeno gesto para uma grande reflexão. Parar para assistir ao futebol feminino é uma atitude pela equidade. Acreditar e valorizar a diversidade sempre será uma prioridade. Somos diversos, nossos consumidores são diversos, a diversidade é o retrato da nossa sociedade. Trazemos esse olhar em nossos comerciais, nossa comunicação interna e em conversas como essa.

Como você enxerga o potencial do futebol feminino como plataforma para ativações de marca no Brasil?
A repercussão no lançamento da campanha nos dá pistas de como o assunto precisa crescer e tem espaço para isso. Até agora, tivemos 119 menções em portais de notícias, incluindo os principais veículos, portais e emissoras de rádio do país. As publicações alcançaram 5 milhões de visualizações orgânicas e com 100% de saúde de marca, sem menções negativas. A consultoria norte-americana TrendWatching identificou a campanha como uma tendência global, ou seja, uma inovação que inspirará iniciativas de outras empresas. Também fomos procurados por várias empresas interessadas em entrar no movimento conosco, e vamos construir juntos um movimento ainda maior. Toda essa reverberação confirma o quanto ainda é surpreendente a valorização do futebol feminino, ou seja, o quanto ainda precisamos avançar e nos unir pela equidade. Na plataforma, empresas e torcedores podem fazer parte oficialmente desse movimento. As empresas podem inclusive incluir o logo no site e baixar o pack de arquivos, que tem inclusive a camiseta da campanha.

O que precisa evoluir, sob todos os aspectos, para que a modalidade receba mais investimentos no país?
Um aspecto importante é a questão da diversidade e aqui destacamos o propósito da campanha: jogar luz sobre a desigualdade de gênero, tendo como pano de fundo o futebol feminino, e convidar pessoas e empresas a darem o primeiro passo. O esporte já recebe muito investimento. Ele só não recebe quando é praticado pelas mulheres. Acreditamos que o primeiro passo para a valorização do futebol feminino começa na atitude de olhar para ele de forma igual. Pausar nossas atividades para assistir aos jogos e convidar outras empresas e pessoas a fazerem o mesmo aumenta a audiência, valoriza as jogadoras, potencializa os investimentos de patrocinadores. Acreditamos que olhar com carinho para a diversidade e tomar atitudes, ainda que aparentemente simples, sejam o caminho da transformação.

Se o discurso e a prática da diversidade e o empoderamento feminino ganham território nos mais diversos campos de atividade, por que o mesmo não acontece nas propagandas do esporte mais popular do Brasil?
Existe sim, uma urgência em se olhar para o esporte. Essa diferença de audiência é um exemplo claro disso. Mas precisamos avançar em diversidade em todas as esferas. O esporte mostra quão discrepante é a diferença salarial entre homens e mulheres e coloca em evidência a falta de valorização não apenas por parte das empresas, mas das pessoas em geral. Jogar luz sobre isso é uma forma de estimular a reflexão, engajar mais pessoas e empresas a tomarem atitudes. Se começamos na raiz, que é a sensibilização de novos aliados para a mudança de atitude, eventualmente chegaremos nas propagandas.

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