O próximo passo da Asus no Brasil

Fernando Murad
20 de agosto de 2015 - 10h54

Muito conhecida pelos aficionados por tecnologia que montavam seus computadores na década de 1990 com suas placas mãe e de vídeo, a taiwanesa Asus debutou no mercado brasileiro de smartphones em outubro do ano passado com o lançamento das linhas Zenfone 5 e Zenfone 6, que acumulam mais de 500 mil unidades vendidas.

Nesta quinta-feira, 20 de agosto, a empresa dá um novo passo na sua estratégia para o Brasil com o lançamento do Zenfone 2, modelo que chega ao portfólio para fazer frente aos líderes iPhone 6, da Apple, e Galaxy S6, da Samsung. O evento, no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, será o maior já feito pela Asus fora da Ásia e também apresentará outras novidades em termos de produto – como o preço e as varejistas que comercializarão o Zenfone 2.

Segundo Marcel Campos, gerente de marketing e produto da Asus Brasil, a meta de estar entre as três maiores marcas de smartphone até 2017 está mantida. “Os modelos Zenfone 5 e 6 trouxeram a marca para o Brasil. O Zenfone 2 vem para consolidar a marca, acentuar o alcance e mostrar que a empresa tem um portfólio completo de produtos incríveis e com preços competitivos”, afirma Campos, destacando que o Zenfone 2 é o primeiro smartphone do mundo com 4 GB de RAM.

O produto tem entrada para dois SIM cards, processador Intel de 2,3GHz, câmera traseira de 13 megapixels e câmera frontal de 5 megapixels (para selfies panorâmicas, capacidade de armazenamento de até 64 GB), NFC, Bluetooth e conectividade LTE/4G e o recurso BoostMaster, que permite recarregar a bateria do zero a 60% em 39 minutos.

A performance do aparelho é ponto de partida da campanha de lançamento, que tem no digital seu canal prioritário. A ação consumirá investimentos de mais de R$ 5 milhões. O mote segue o conceito de que o Zenfone 2 é um produto de outro mundo. O hot site www.fenomenoz.com.br, feito pela Fillet, deu a partida para a ação. O endereço eletrônico utiliza elementos espaciais e conta com o narrador do programa Alienígenas do Passado, do History Channel.

“O conceito é que o produto está à frente do seu tempo, que tem tanta performance que nem parece desse planeta. Temos uma expectativa grande. Sou empolgado com a entrada de concorrentes. Confiamos no nosso taco. Queremos que os brasileiros tenham mais opções e possam escolher. Acreditamos que vamos ganhar aí”, projeta Campos. Entre as novas opções dos consumidores está a chinesa Xiaomi, que começou a vender o Redmi 2 em julho.

A estratégia conta ainda com uma ação de guerrilha feita pela agência Attack a partir de intervenções urbanas feitas pelo artista Eduardo Srur que dará origem a um vídeo viral. Astronautas estarão nas ruas de São Paulo caçando pessoas no mundo da lua – aqueles imersos em seus smartphones e que não percebem o que está a sua volta.

Também estão previstos vídeos protagonizados pelo astronauta Marcos Pontes, a cantora Luiza Possi, a blogueira Kéfera Buchmann e a atriz Marina Ruy Barbosa. A produção é da Conspiração. Todos eles participarão do evento de lançamento. Ainda será produzido um vídeo com a equipe da Porta dos Fundos. Por fim, mais de 100 celebridades postarão fotos com o modelo Zenfone 2 na internet.

Depois de oito anos de crescimento continuo, o mercado brasileiro de smartphone registrou a primeira queda no mês de abril. Na ocasião, o setor apresentou desaceleração de 1% sobre o mesmo mês do ano passado. Em maio, a queda foi ainda maior: 16%. Foi o primeiro desempenho negativo desde 2007, quando a IDC Brasil iniciou a série histórica. Em 2014, o segmento teve alta de 55%, com 54,5 milhões de unidades vendidas.

“O primeiro trimestre foi muito bom. Parecia que o produto estava fora da crise, mas os resultados de abril, maio e junho foram péssimos. Fabricantes e varejistas estão pessimistas. A tendência a partir de agora é essa. Teremos que revisar as projeções até 2019. Até 2014 tivemos crescimento de dois dígitos e neste ano talvez tenhamos um recuo de mais de 2%”, afirma Reinaldo Sakis, gerente de pesquisas da IDC Brasil. A previsão inicial da IDC de 63,5 milhões unidades vendidas em 2015 já caiu para 54 milhões de unidades e ainda pode ser revista.