Meio & Mensagem
1 de setembro de 2011 - 11h03
Volto ao assunto do fascínio que as telas e telinhas, fixas e móveis, exercem sobre frágeis e suscetíveis seres humanos.
Provoco, dessa vez, usuários de smartphones como eu para refletir o quão ridículo é passar boa parte do tempo em reuniões ou filas de cinema de cabeça baixa !!!!
Sim! É ridículo. E um tanto deselegante.
Qual a reunião em que metade dos presentes não está olhando pra baixo, com movimentos desajeitados do dedão, muito mais interessada no que rola na telinha do telefone?
Talvez seja sintoma da chatice e inutilidade das intermináveis reuniões de trabalho, que nos tomam tanto tempo.
Mas essa cena também vemos em rodas de amigos, almoços de família, na praia, salas de aula. Tudo isso – amigos, lazer, família, escola – claro, é muito chato e precisa ser interrompido por estímulos mais legais, que só nossos telefones moderninhos podem prover.
Uma necessidade absurda de não deixar passar batido nehuma mensagem, nenhum vídeo, nenhuma foto.
Tudo o que chega pelo smartphone tem que ser visto, lido, comentado e respondido imediatamente. Do contrário, BUM! O mundo acabou.
Sim, tal qual misão impossível, parece que tudo o que apita nos smartphones vai se autodestruir em cinco segundos .
Tudo bem, na era do conteúdo pra todo lado, precisamos consumir tudo o tempo todo, pra não nos sentir por fora de tudo o tempo todo.
Mas essa história da cabeça baixa me incomoda. Parece por demais submissão à modernidade. Sem falar que é feio, egoísta e deve dar dor de pescoço e no dedão.
Sim, porque no juízo final a ergonomia é que vai falar mais alto. A TV não vai virar computador pois o ato de assistir TVv é ergonomicamente mais confortável, mas “intuitivo” basta enconstar as costas e relaxer. Pra acessar a internet, mesmo que para ver um video, a posição do usuário demanda mais esforço, há que se inclinar para frente, sair do relaxamento. Viva o iPad!
* Zico Góes é diretor de programação da MTV Brasil
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