Crianças de segunda categoria
Restrição à publicidade infantil pode privar a maioria das crianças do País do acesso a programas de TV direcionados a sua faixa etária
Restrição à publicidade infantil pode privar a maioria das crianças do País do acesso a programas de TV direcionados a sua faixa etária
Meio & Mensagem
14 de julho de 2014 - 5h04
A Resolução 163 do Conselho Nacional da Criança e Adolescente, Conanda, que sugere a proibição da propaganda infantil, é um instrumento de força que objetiva o controle dos meios de comunicação através da asfixia dos recursos provenientes da publicidade, a única garantia de uma imprensa livre e democrática.
Esse regime de controle é liderado por um punhado de Ongs dispostas a cercear a sociedade brasileira do acesso à programação e informação de qualidade sob o falso pretexto de protegê-la.
O indicador “Densidade dos Serviços de TV por Assinatura” do IBGE, de fevereiro de 2014, aponta que, de cada cem domicílios brasileiros, 28,42 possuem serviços de TV por assinatura. Ou seja, 28% dos lares brasileiros têm acesso aos serviços da TV paga, portanto somente essa pequena parcela pode assistir aos vários canais especializados em programação infantil.
72% das residências tupiniquins são privadas dos programas infantis que fazem a alegria das crianças de famílias abonadas, capazes de pagar por um pacote de assinatura de TV. Essa é uma das muitas conseqüências nefastas de iniciativas como a tentativa de proibir a propaganda infantil nos meios de comunicação, em especial, a televisão.
Ao incentivar o medo na forma de “atos institucionais” de censura à publicidade, o Conanda provoca o esvaziamento da programação infantil em todos os canais abertos da televisão brasileira, que ficam sem os recursos necessários para a produção de qualidade, provenientes da publicidade de produtos destinados às crianças.
Sem programação infantil nos canais abertos a maioria das crianças brasileiras está alheia do que poucos privilegiados podem assistir e isso provoca a adoção de categorias de infância. Para os idealizadores da resolução, as crianças sem acesso à TV paga são de segunda categoria e não tem direito aos programas destinados ao seu divertimento.
Privadas dessa “janela para o mundo” representada pela programação infantil e financiada pela propaganda de produtos destinados às crianças, esses jovens brasileiros de segunda categoria, conforme o ideário dos apoiadores da resolução do Conanda, estão prontos para se transformarem em defensores dos assaltos ao regime democrático brasileiro.
O culto à ignorância e à desinformação não podem ser considerados mérito para nenhuma sociedade e só encontram eco nos regimes ditatoriais que defendem a criação e preservação de uma população de segunda categoria.
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