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Entre “práticas” e “teorias”

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Ponto de vista

Entre “práticas” e “teorias”


5 de setembro de 2013 - 11h37

Descobri recentemente uma paixão. Algo que tem me mobilizado e me impulsionado a pesquisar cada vez mais. Falo da sala de aula.
Convidado para ministrar as disciplinas de Planejamento de Campanha Publicitária e Mídia, em uma universidade aqui em São Paulo, me envolvi com o fascinante universo da docência e, nesse novo contexto, algumas reflexões começaram a habitar a minha mente.

A primeira delas é que não existe uma boa “prática” sem o alicerce conceitual e sistêmico da “teoria”. Por outro lado, como uma segunda reflexão, a recíproca é totalmente verdadeira, visto que as teorias autocentradas nelas mesmas e que dificilmente dialogam com o nosso cotidiano, também não possibilitam bons resultados práticos. A palavra-chave, então, passa a ser “equilíbrio”.

Somam-se a isso as instigantes inquietações dos alunos nos cursos de Publicidade e Propaganda, visto que a maioria escolheu PP pensando em ser um grande diretor de arte ou um genial redator publicitário. Não estavam totalmente preparados para o abundante e desafiador mundo do planejamento, com suas pesquisas de consumo e audiência, com a concreta pulverização e a crescente fragmentação dos canais midiáticos. Tudo é muito rápido, por isso quase imperceptível… Afinal, a comunicação lida com muitos valores subjetivos, de contornos imprecisos e, para complicar, a determinação dos objetivos de um plano de comunicação não é uma tarefa fácil.

Não é nada fácil porque deve proceder de um diagnóstico preciso (olha aqui a importância dos dados de pesquisa) que, impreterivelmente, tem que fazer referência a um dado cenário. Lida-se com informações, dados, (e até expectativas!) e fatores não previsíveis, estabelecendo a relação entre todos esses elementos, matéria intangível e de difícil interpretação em muitos casos.

A verdade é que quando pensamos em planejamento publicitário e mídia, necessitamos estabelecer um diálogo que seja profícuo, entre os cenários de mercado e a base conceitual que nos subsidia com elementos que justificam nossas escolhas, pois a clareza dos objetivos do mercado adquire, então, uma importância maior para os alicerces conceituais que vamos usar no planejamento da comunicação e da mídia.

O retorno à universidade, agora no papel de “professor”, tem me tornado um profissional melhor, que está aprendendo, em cada aula que ministra, que planejar a publicidade e a mídia requer de nós, além de um olhar ampliado para as novas demandas do mercado, uma transformação de mente. Em outras palavras, estou aprendendo que, essencialmente, devemos nos tornar eternos aprendizes, de espírito curioso e ávido para desvendar os conceitos, as teorias e os embasamentos dos levantamentos empíricos, pois só assim podemos tornar a nossa prática realmente mais “efetiva”: como todo planejamento publicitário, que se preze, deve ser.
 

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