Meio & Mensagem
4 de junho de 2012 - 4h38
O V Congresso Brasileiro da Indústria da Comunicação não foi único. Pelo contrário, foi múltiplo. Sua organização beneficiou a diversidade de temas e a impossibilidade de uma visão comum para os quase dois mil delegados participantes.
Possivelmente o meu Congresso teve um saldo diferente daquele percebido pelo meu colega de entidade ou empresa e, dessa forma, vamos reproduzir nossas experiências de maneira tão difusa que será difícil entender seus resultados para além do que será divulgado oficialmente. Mas assim são os Congressos e o nosso merecia, mas não precisava ser diferente.
No primeiro dia assistimos ao econômico Desmond Tutu que falou pouco e encantou a platéia muito mais pelo que representa do que pelo conteúdo exíguo que trouxe ao Brasil. Valeu tê-lo por perto, mesmo que por pouco tempo.
Na sequência, em contraposição ao Prêmio Nobel da Paz, assistimos a uma saraivada de conteúdo de qualidade protagonizado por Gilberto Leifert, Presidente do CONAR, Roberto Civita, Presidente do Conselho de Administração e Diretor Editorial do Grupo Abril e Carlos Ayres Britto, Presidente do Supremo Tribunal Federal. Um show de eloqüência e de pertinência de idéias. Uma aula para o entendimento dos múltiplos ângulos possíveis para o delicado tema da liberdade de expressão.
Depois disso as comissões se sucederam e justificaram o pensamento de Lee Bollinger, reitor da Universidade Columbia: “O desenvolvimento econômico acontece muito rápido, negócios e investimento podem se mover com rapidez de um raio comparados a política, educação e outras coisas. Entre as coisas que caminham muito atrás estão informação, discussão, idéias e como vamos pensar o que fazemos”. Nessa perspectiva coube ao Congresso pouca objetividade e capacidade de conclusão. Porém é louvável seu mérito em mobilizar essa indústria da comunicação.
Nos próximos dias muito vai se falar sobre o V Congresso e seus resultados e isso será fundamental para a preparação de quantos encontros forem necessários para o amadurecimento do novo modelo de negócio da comunicação no Brasil que, mesmo sem ser proposição das comissões, estava latente nos corredores do evento. Vamos esperar o sexto.
* André Porto Alegre, jornalista e publicitário, membro do Conselho de Administração e da Diretoria Executiva da APP – Associação dos Profissionais de Propaganda, Conselheiro do CONAR – Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, Conselheiro do FAC – Fórum do Audiovisual e Cinema. Foi Diretor Comercial da Mobz S.A., Circuito Digital S.A. e Promocine, empresas operadoras de mídia cinema. Vencedor do Prêmio MaxiMidia em 2004 e 2007 pelo Melhor Uso da Mídia Cinema. Trabalhou no jornal Folha de São Paulo, na Mauricio de Sousa Produções, no Grupo Young & Rubicam e na Ammiratti Puris Lintas. É professor dos cursos de MBA da Faculdade Rio Branco e FACCAMP.
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