#imaginanacopa!
O Brasil vive um momento ímpar que nos revela a relação do brasileiro com a dimensão política dos esportes
O Brasil vive um momento ímpar que nos revela a relação do brasileiro com a dimensão política dos esportes
Meio & Mensagem
9 de maio de 2014 - 10h30
Em tempos de Copa do Mundo no País, os brasileiros ganham muito assunto extra (além do já consagrado futebol brasileiro e a atuação da seleção) para interagirem com o contexto em que estamos mergulhados.
Nesse cenário, surgiu uma expressão que tem reverberado nas conversas entre amigos e já virou até letra de música (de Fernando e Sorocaba), mas que ultimamente tem ganhado força nas redes sociais digitais: o #imaginanacopa!
No cenário digital, espaço que nos preocupamos em analisar por sua capacidade de ampliar o alcance das pessoas ao romper as barreiras geográficas e de tempo, a expressão vem adquirindo relevância numa vertente cada vez mais depreciativa e pessimista.
Aliás, a maior parte dos comentários dos brasileiros, nas redes sociais digitais, relacionados à Copa é de conteúdo pessimista em relação ao evento no Brasil. Alguns usuários, inclusive, comentam que gostam do evento em si, todavia se posicionam contra a sua realização no país. Todo esse clima de “descrédito generalizado” tem contribuído para o aumento das menções negativas que ressaltam a ausência ou a qualidade ruim de serviços básicos como saúde e educação.
A título de exercício resolvemos analisar, brevemente, algumas das menções do #imaginanacopa e descobrimos que a sua popularização entre o público que a utiliza se dá, com recorrência, para referirem-se aos diversos tipos problemas estruturais encontrados no Brasil, especialmente, os ligados às cidades-sedes, como trânsito, falta de energia, chuva e os problemas derivados de tempestades, além de atrasos de voo, organização dos estádios e até mesmo a corrupção política. Alguns exemplos:
“cancelam o meu vôo e remarcam pra 4 horas depois. Se ta assim agora, IMAGINA NA COPA!!”
“A cidade já é um caos em trânsito. Imagina na copa. Vai parar.”
“Agora eu to parada aqui no transtorno das torres. Êêê Curitiba, imagina na Copa hein! #chateada”
Em meio a tantas reclamações despontam, igualmente, comentários queixosos sobre o uso excessivo do “imagina na copa” para tudo:
“Se eu ganhasse um real a cada "Imagina na Copa?" que eu ouço, eu faria minha própria Copa.”
“’Imagina na Copa!’ virou resposta pra tudo. E pior, q quase sempre faz sentido.”
A verdade é que tentando imaginar, ou não, o que nos acontecerá na Copa do Mundo, o Brasil vive um momento ímpar que nos revela a relação do brasileiro com a dimensão política dos esportes, em especial do futebol.
Soma-se a isso o nosso mundo de “informação perfeita”, no qual ninguém esconde mais nada de ninguém e tudo está acessível a um mero click em um site de busca. Tal conjuntura contribui, enormemente, para o processo de amadurecimento dos fãs do esporte e dos demais cidadãos brasileiros, principalmente graças às mídias digitais (que promoveram a liberação do polo de emissão) nos permitindo “ponderar e compartilhar”, em larga escala, o que imaginamos que acontecerá na Copa.
Diego Oliveira é diretor de contas do Ipsos Brasil
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