AOL fecha as portas aos freelancers
Modelo bem-sucedido do Huffington Post não serve mais para a empresa de mídia; agregação de conteúdo de terceiros continua
Modelo bem-sucedido do Huffington Post não serve mais para a empresa de mídia; agregação de conteúdo de terceiros continua
Meio & Mensagem
26 de abril de 2011 - 2h22
A estratégia de conteúdo do AOL foi forjada a partir de uma relação de longo prazo com um exército de colaboradores freelancers – também chamados de permalancers -, que ocupavam o topo do reduzido staff de editores. Mas, isso está mudando. A presidente de conteúdo do AOL, Arianna Huffington, está convertendo o antigo time de freelancers colaborativos em funcionários de período integral. “Se você produz jornalismo de massa, tem que construir uma equipe de pessoas que trabalhem em conjunto e com os mesmos objetivos numa mesma direção editorial”, disse Arianna Huffington. “Isso é algo que você não pode fazer com centenas de freelancers”.
Muitos dos freelancers do HuffPost produziam o chamado “índice de commodities”, ao invés de conteúdo exclusivo que gera page views. Aos profissionais que fazem conteúdo exclusivo a AOL deve fazer ofertas de efetivação em tempo integral, ou seja, convertê-los em funcionários.
O resultado disso é que o conteúdo da AOL virá de duas diferentes formas de colaboradores: dos jornalistas contratados e dedicados em tempo integral e dos blogueiros, não remunerados, além do conteúdo regular que a empresa já agrega, como o de jornais tradicionais.
Com a sobreposição das marcas AOL e Huffington Post, foram geradas algumas demissões. Ambas as empresas tinham sites turísticos. O site AOL Viagem foi considerado mais forte e o Huffington Post Viagem foi fechado. Na editoria de política, foi mantido o Huffington Post Política e encerrado o site de política da AOL. “Passamos muito tempo avaliando os dados e, basicamente, a nossa decisão foi integrar as marcas que estavam duplicadas”, afirma Arianna.
AOL Way
O agora conhecido “AOL Way”, documento de conteúdo estratégico com pré-dados sobre a aquisição do Huffington Post pela AOL, que determinava que o conteúdo deveria ser julgado pela sua rentabilidade, foi dispensado. Esse documento envolvia assuntos do tipo “como viver uma vida menos estressante”. Mas, garante Arianna, a empresa será obsessiva sobre isso: “Como se desligar, recarregar as baterias e viver vidas mais saudáveis são temas caros para nós”, assegura.
A presidente de conteúdo da AOL argumenta que o HuffPost trata temas importantes que não geram, necessariamente, visualizações de páginas, como a crise hipotecária dos Estados Unidos.
Uma coisa que não mudará é o compromisso anterior do HuffPost com a agregação de conteúdos. “Mesmo se eu tivesse bilhões de dólares para produzir conteúdo original ilimitado, ainda assim agregaria”, diz Arianna. “Há um bom conteúdo sendo produzido em todo o mundo. Se queremos ser um site com o melhor conteúdo do mundo, devemos agregar”. Esse modelo, segundo a executiva, beneficia tanto o agregador de links como a AOL quanto os criadores de conteúdo. “Você escolhe as melhores postagens e envia tráfego de volta para o criador que produziu o conteúdo para que monetize isso”, explica.
Questionada sobre as estratégias de cobrança de conteúdo adotadas por veículos como os jornais The New York Times, The Wall Street Journal e ainda outras fontes de notícias primárias e de como isso pode interromper a estratégia de agregação de conteúdo da AOL, Arianna afirma que não: “Quanto mais pessoas pagam por conteúdo, melhor para nós”. No entanto, admite que é um jogo perdido querer que as pessoas paguem por notícias gerais. A nova geração não está acostumada a pagar pelas notícias e não o fará. “Apostamos que o conteúdo será gratuito, exceto talvez sobre informações financeiras ou algum tipo estranho de pornografia”, ironiza.
Então, qual é o modelo? Publicidade é a resposta. “Apostamos que Jeff Levick (responsável pelas vendas da AOL) pode vender publicidade suficiente para pagar por isso”, afirma Arianna. “E quanto mais movimento de anúncios online, mais dólares vamos ser capazes de fazer com isso”.
Do Advertising Age.
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