BuzzFeed desenvolve app para hard news
Ben Smith, editor-chefe do site, cita a ferramenta recém-lançada pelo New York Times como inspiração
Ben Smith, editor-chefe do site, cita a ferramenta recém-lançada pelo New York Times como inspiração
Meio & Mensagem
31 de julho de 2014 - 5h20
Do ProXXIma*
Popularmente conhecido pelas listas e questionários virais, o Buzzfeed quer fortaceler seu viés jornalístico. O site está desenvolvendo um app destinado a publicação de notícias quentes.
A empresa já oferece uma ferramenta mobile que disponibiliza parte de seu conteúdo e permite que os usuários selecionem assuntos de interesse. O novo aplicativo, por outro lado, será focado somente em notícias “sérias”, segundo Bem Smith, editor-chefe do BuzzFeed.
De acordo com o executivo, o app está em fase embrionária e precisa de uma equipe de jornalistas. “Será um dos empregos mais divertidos do jornalismo. É como criar algo a partir da estaca zero”, afirma.
Para isso, a companhia planeja contratar seis funcionários para trabalhar em tempo integral – a aba de empregos do site especifica os requisitos para a vaga.
Grande parte do tráfego do portal vem de dispositivos móveis. Em junho, atraiu 75 milhões de visitantes únicos no desktop e no mobile, sendo que 53 milhões vieram de dispositivos móveis, segundo dados da ComScore. O tráfego geral do site dobrou em relação ao mês de junho; enquanto o tráfego mobile triplicou.
Outros publishers também têm observado um comportamento parecido de seus leitores, que cada vez mais consomem conteúdo no digital. Isso provoca certa preocupação porque é mais difícil lucrar com esses visitantes: anúncios mobile não atingem o mesmo patamar dos anúncios impressos e de desktop.
Uma maneira de enfrentar esse desafio é vender anúncios nativos, que acompanham o conteúdo editorial e, portanto, combinam com o fluxo das notícias. Publishers podem cobrar mais por esses anúncios do que com display. Na verdade, são componentes fundamentais para os apps do The New York Times.
O BuzzFeed é pioneiro em publicidade nativa, o que reflete em todo o lucro publicitário da empresa. Smith diz ser provável que o app de notícias siga nessa direção e inclua anúncios nativos. “Não terá nenhum banner estranho”, afirma.
Apesar de a maior parte da audiência do BuzzFeed vir em busca de listas e enquetes, a empresa tem concentrado esforços para seu novo departamento contratando jornalistas como Chris Hamby, vencedor do prêmio Pulitzer por jornalismo investigativo.
Porém, o veículo perdeu credibilidade quando usuários do Twitter descobriram que Benny Johnson, editor da seção de política do site, havia plagiado conteúdo de sites como U.S. News & World Report e Wikipédia.
Em uma carta de desculpas aos leitores, Smith escreveu que o “BuzzFeed começou há sete anos como um laboratório de conteúdo. Nossos escritores não tiveram formação jornalística e não nos apegamos a padrões jornalísticos porque não fazíamos jornalismo. Mas isso começou a mudar há algum tempo”.
“Do lado jornalístico temos repórteres muito bons nos Estados Unidos e pelo mundo para fazer coberturas de grande qualidade. Devemos – e iremos – nos ater a esses altos padrões”.
Por Michael Sebastian, do Advertising Age
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