Canais internacionais e a lei 12485
Discovery, History/ A&E/ Biography, Sony, Viacom e Turner fizeram uma análise do cenário pós-regulamentação no RioContentMarket
Discovery, History/ A&E/ Biography, Sony, Viacom e Turner fizeram uma análise do cenário pós-regulamentação no RioContentMarket
Teresa Levin
13 de abril de 2014 - 4h16
Grandes players internacionais do segmento de TV paga estiveram reunidos nesta quinta-feira, 13, discutindo os impactos da lei 12485 em seus negócios. Em uma mesa que contou com representantes da Discovery Networks, History/ A&E/ Biography, Sony, Viacom e Turner, o mercado pós-regulamentação foi o tema levantado em um dos painéis do RioContentMarket, evento que segue até esta sexta-feira, 14, no Rio de Janeiro.
“É uma mecânica que pode ser aprimorada e estamos aqui para isso, à medida que conseguirmos fazer ajustes, será um ganho para indústria”, defendeu Mônica Pimentel, vice-presidente de conteúdo da Discovery Networks Brasil. Para ela, o mercado ainda está se ajustando e não está 100% preparado para empregar o número de horas que demanda a legislação. “O desenvolvimento de formatos ainda é um dos grandes desafios. Há uma carência de projetos estruturados que possam ser entregues. A Discovery se ressente um pouco da forma com que os projetos chegam. Por outro lado, temos um fundo para aplicar em boas histórias”, falou. Ela também chamou a atenção para a necessidade de flexibilização de formatos. “No momento em que a indústria está se capacitando para o desenvolvimento e criação isso poderia trazer benefícios”, apontou.
Já Silvia Elias, diretora de conteúdo da Turner, disse ver uma clara desigualdade entre grupos. “A cota deveria ser determinada por canal, mas a regulamentação via os canais como grupo. Mas temos um com três, outro com dez, outro com treze. Todos tendo que cumprir o mesmo prazo para conteúdo”, falou.
Reprises
O polêmico assunto das reprises foi destacado por Alberto Niccoli, vp sênior da Sony Pictures, como algo a ser debatido. “É importante separar bem o que é exibição do mesmo conteúdo em vários canais simultaneamente de reprise dentro do canal”, alertou. Para ele, a repetição é um direito do assinante. “Quem paga tem o direito de escolher o dia e a hora que quer assistir. Em muitos casos, o repeat dá mais audiência que a première”, citou.
Ele lembrou que hoje os canais internacionais que operam no mercado nacional são geridos por brasileiros. “Acompanhamos a audiência via rede social e é impactante. Eles dizem se estamos certos ou errado o tempo inteiro. E não temos reclamação das reprises. Já quando temos falha de dublagem, a rede social nos torpedeia. Sabemos na hora. Somos nossos autoregulamentadores”, defendeu.
Qualidade
Roberto Martha, diretor sênior de produção da Viacom, alertou para o problema do nível das produções. “Qualidade também é importante. Colocou-se no mercado uma demanda grande de projetos e o número de produtoras com expertise é reduzida. Hoje há mais demanda do que oferta de conteúdo de qualidade, que os canais tenham segurança de investir”, disse. Ele também criticou os custos de produção. “O aumento de custos nos preocupa porque existe uma questão interna das empresas. Produzir em outros mercados é mais barato, com isso começa a se limitar a cotas. Se o mercado não se ajustar e recuperar nos próximos anos um balanço de preço razoável, as produções poderão ser impactadas”, alertou.
Krishna Mahon, do History/ A&E/ Biography, citou os prazos de liberação de recursos dos fundos setoriais como uma questão complicadora para o alavancamento das produções. “O que o canal precisa agora é diferente do que vai precisar em seis meses. Temos que resolver esta questão, é importante para o canal e os produtores. Alguns colocam dinheiro do bolso para produzir e depois reaver a verba, acho complicado. É algo que precisamos pensar”, finalizou.
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