“Hoje, dirigir séries dá prazer”
Sócio da BossaNova Films, diretor Luiz Villaça fala sobre produção para nichos no Netflix
Sócio da BossaNova Films, diretor Luiz Villaça fala sobre produção para nichos no Netflix
Felipe Turlao
22 de setembro de 2015 - 13h18
O diretor Luiz Villaça está preparando o lançamento de dois longas-metragens: “De onde eu te vejo”, em abril de 2016, e “Depois dos 40” (nome provisório), que será rodado no ano que vem. As duas produções são da BossaNova em parcerias com Warner e Globo (no primeiro caso), e Paris Filmes (no segundo).
Desde seu primeiro filme, “Por Trás do Pano”, de 1999, ele nutre paixão pelo cinema. Mas as novas possibilidades de produção de séries, seja com a abertura para produção de conteúdo nacional na TV paga, seja com os serviços de streaming como Netflix, atraíram as atenções dele e de uma geração de diretores que passaram a sentir prazer em dirigir em novos formatos.
Confira um bate-papo com Luiz Villaça sobre Netflix e produção para nichos.
Meio&Mensagem – Como você avalia a importância das séries para os diretores acostumados com os longas?
Luiz Villaça – É muito grande. Há até pouco tempo, falar em série era praticamente falar só da TV Globo, que ainda é extremamente importante e continua sendo fundamental para a ficção do Brasil e diria até do mundo, porque é uma empresa imensa e aberta a novos projetos. Mas de uns anos para cá, por conta das leis para gerenciar a indústria, abriu-se um caminhão de possibilidades para conteúdo nacional na GNT, Multishow e, saindo da Globosat, Sony, Fox, HBO… abriu-se um mundo imenso.
M&M – Qual o impacto do Netflix para a produção de conteúdos?
Villaça – Com os serviços de streaming, como Netflix e Amazon, um movimento do exterior para o Brasil, abriram-se mais possibilidades para sabermos nos posicionar e explorar. A coisa das séries de 12 ou 13 episódios é muito atrativa. Tanto que, hoje, vemos atores e diretores em séries que, há alguns anos, nem imaginaríamos. Seja Martin Scorsese dirigindo “Vinyl” (da HBO), ou Kevin Spacey atuando no “House of Cards” e Woody Allen escrevendo (o diretor já confessou ter se arrependido de entrar em um projeto da Amazon, por causa da dificuldade do formato). Nesse sentido, a série premium se tornou muito legal de fazer. Há um tempo, os diretores só queriam fazer longas-metragens. Hoje, pode-se ter até mais prazer com as séries.
M&M – Ficou gostoso fazer série?
Villaça – Ficou uma delícia. Algumas delas, como True Detective, são um grande filme de oito horas. É um nível de aprofundamento muito legal de fazer. Há formatos variados e devemos prestar atenção. Se olharmos a base das boas séries, elas são autorais. Muitas de fora, absolutamente autorais, como a própria True Detective. E tem chance de gerar resultado imenso.
M&M – É muito diferente fazer série?
Villaça – Não se faz uma boa série antes de seis meses, e olhe lá. Na verdade, o melhor é pensar em um ano ou um ano e meio de desenvolvimento. Porque é preciso um aprofundamento grande. Quando se filma, são semanas. Aquilo faz parte de sua vida. E fodo mundo alegre. Estamos fazendo algo importante. Mexendo com cultura.
M&M – É muito diferente pensar na criação de séries para plataformas de streaming?
Villaça – Sim. A ficção possibilita a criação de nichos. Quando você desenvolve uma série para a TV Globo, tem que atingir um determinado patamar, mais amplo, com espectro aberto. No caso de um Netflix, pode-se pensar em outros formatos, para nichos. Há de tudo, desde séries de quatro episódios ou 26. Cada uma com conteúdo e formatos diferentes. Isso é muito legal.
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