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Hysteria consolida rede de mulheres produtoras de conteúdo

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Mídia

Hysteria consolida rede de mulheres produtoras de conteúdo

Diretora do núcleo da Conspiração, Isabel De Luca fala da nova divisão de consultoria e dos planos para o desenvolvimento de podcasts, séries, eventos e projetos de marca


24 de maio de 2019 - 9h00

Isabel De Luca (crédito: divulgação)

Quando o coletivo Hysteria foi criado pela Conspiração Filmes, ao final de 2017, seu objetivo era dar visibilidade e oportunidades a mulheres diretoras, escritoras, artistas, fotógrafas e produtoras em uma plataforma de conteúdo multimídia. Um ano e meio depois, o núcleo conseguiu formar uma rede de mais de 1,3 mil profissionais parceiras, produziu mais de 300 vídeos, 300 textos e 150 episódios de podcasts.

Se a ideia inicial era dar destaque ao conteúdo produzido por mulheres, a Hysteria agora quer reforçar a consultoria para marcas na concepção de campanhas, produtos, eventos e conteúdos proprietários. O núcleo oficializou este mês a criação de uma divisão de inteligência e planejamento de projetos, o Hysteria Lab, com o lançamento de uma campanha de dia das mães para a Del Valle. A série de vídeos, idealizada em parceria com o CuboCC, visa desromantizar a maternidade. O laboratório também acaba de lançar um projeto musical para O Boticário, com a participação dos artistas Gabriel O Pensador e Jade Baraldo.

O núcleo da Conspiração lançará ainda este semestre o curta erótico “Amores Líquidos”,  na plataforma internacional Erika Lust, e também está desenvolvendo uma série de podcasts originais. No calendário de 2019, também estão previstos a produção do longa “Viúvas do Samba”, que retrata a vida de mulheres de grandes sambista; o lançamento de “Mulheres Radicais”, sobre mulheres de destaque nas artes plásticas; e um documentário sobre a nova geração do futebol feminino, em parceria com a Nike. Em entrevista ao Meio & Mensagem, a jornalista e diretora da Hysteria, Isabel De Luca, falou sobre a evolução do coletivo e sobre a curadoria de novos projetos e formatos. Confira o resultado da entrevista abaixo.

O Hysteria Lab acabou de ser lançado oficialmente. Qual é a proposta desta nova divisão?
A ideia é customizar as entregas para clientes diante das oportunidades que surgirem. Temos uma longa história de produção de branded content com marcas como Facebook, Natura, Eudora, Google, e, agora, fizemos nossa primeira campanha publicitária para a Del Valle a partir dessa estruturação. Queremos levar a construção de projetos para dentro da concepção do briefing, montando um cronograma de trabalho que pode durar de um a três dias e reunindo na mesma sala o cliente, agência, produtora e convidados com expertises específicas.

Por que sentiram a necessidade de atuar também como uma consultoria?
Acredito que toda marca tem que saber como falar com mulheres, não importa se quer vender um carro ou uma cerveja. Nossa rede de colaboradoras está ao alcance de um e-mail e são muito engajadas. Elas atuam como nossas ombudsmans, reclamam e participam, e por isso fomos desenvolvendo um conhecimento sobre esta mulher contemporânea que é muito legal. Sabemos quem são as mulheres brasileiras e circulamos bem entre todos os nichos. Sabemos o que querem ouvir, o que sentem falta e como querem ser vistas.

Qual é a estratégia da Hysteria com podcasts, especificamente, considerando o crescimento do consumo deste formato?
O podcast se apresenta como um novo caminho para autores e roteiristas. Investimos neste formato desde o início da nossa história – tanto em criações próprias quanto em curadoria, selecionando projetos feitos por mulheres para inserir na nossa plataforma. Já tínhamos um podcast de ficção, “Prato Frio”, uma coprodução com o Spotify. Estamos fazendo um podcast para Buscofem que será o primeiro de ficção que criamos para uma marca. É um projeto de de branded entertainment, que tem sido nosso foco também. O projeto inclui nove contos fantásticos inéditos, escritos por escritoras brasileiras do Brasil inteiro e de diferentes estilos. Também estamos desenvolvendo cerca de quatro podcasts para uma empresa gringa de podcasts que chega ao Brasil no segundo semestre.

O jornalismo em geral era uma coisa muito top-down, onde a gente decidia o que era tendência. Agora estamos exercitando a escuta e como traduzir o que as pessoas estão falando de alguma forma – Isabel Di Luca

Como é o processo de curadoria e filtro de qualidade para uma plataforma tão abrangente em temas e formatos?
É um exercício de receber propostas e ficar de olho no que está acontecendo e nos assuntos que nos interessam. Às vezes, muita gente aponta para um mesmo assunto, mesmo que pareça que não, já falam de formas diferentes. Quando temos 1,3 mil mulheres falando e trocando ideia conosco nas redes, fica mais fácil identificar sobre o que deveríamos falar. Mantemos o ouvido muito atento para não fazermos as coisas de cima para baixo. O jornalismo em geral sempre foi uma área muito top-down, onde nós é que decidíamos o que era tendência. Agora, estamos exercitando a escuta e como traduzir o que as pessoas estão falando de diferentes formas.

Em quais outros formatos e modelos de produção pretendem focar este ano?
Vamos dar uma acelerada na parte de eventos e entretenimento. Estamos muito sensibilizadas com a questão das mulheres no futebol, por conta da Copa do Mundo de Futebol Feminino, e já vínhamos acompanhando os prêmios de jogadoras como a Marta. É muito legal começar a ver as jogadoras ganharem o mesmo que homens e os canais transmitirem todos os jogos. Historicamente nunca ouvimos falar muito da Copa Feminina e este ano queremos apoiar nossas jogadoras. Outro tema que queremos muito abordar é a independência financeira. Estamos desenvolvendo uma série sobre finanças do dia a dia com duas economistas e vamos começar uma rodada de pesquisas sobre o assunto com mulheres. Também queremos fazer muitos eventos e um prêmio para reconhecer mulheres que tiveram iniciativas interessantes em diversas áreas. Além disso, estamos desenvolvendo alguns projetos de séries que queremos levar para as plataformas de streaming.

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