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Inclusão feminina como saída para crescer

Revistas femininas da Editora Abril discutem importância da mulher para a macroeconomia e para o desenvolvimento econômico do País


8 de agosto de 2012 - 8h10

A única solução para o estímulo ao crescimento brasileiro em longo prazo é a inclusão da mulher no mercado em condições semelhantes ao homem e a absorção de uma extensa força de trabalho que hoje avança a melhores níveis de escolarização nos estágios superior e de pós-graduação. Esta conclusão será apresentada pelo núcleo de revistas femininas da Editora Abril em duas oportunidades nas próximas semanas. Em agosto, cerca de cem empresários e lideranças serão convidados pela editora para conhecer os dados do estudo Nossa Felicidade, elaborado pela editora a partir dos principais bancos de dados públicos do País. Em outubro, serão convidadas as dez ministras do governo Dilma Rousseff — a primeira presidente da história do Brasil — para discutir o tema e como políticas públicas podem alterar o quadro de subaproveitamento da mulher pelo mercado. “É preciso avisar os donos do PIB brasileiro que a mulher pode ser a resposta para o crash de talentos”, afirma Brenda Fucuta, diretora superintendente da Abril.

De acordo com os dados, 60% dos universitários brasileiros é formado por mulheres — índice superior a dos outros países do BRICs — e mesmo dos Estados Unidos e Reino Unido, com 58%. Além disso, as mulheres também são maioria nos cursos de doutoramento, o que aponta para uma mudança significativa no quadro de educação superior da população feminina, historicamente menos instruída. “Existe um potencial maior de entrada de mulheres no mercado de trabalho”, analisa Brenda, apontando que, há várias décadas, esse movimento já foi realizado em países como os EUA ou o Japão em momentos muito semelhantes do atual panorama econômico brasileiro. “Se quisermos repetir a história de nações que cresceram, devemos levar isso em consideração”, diz. “Vivenciamos a menor taxa de desemprego dos últimos anos, a mão de obra está cara e pouco qualificada. Se o Brasil quiser crescer aproveitando seu bônus demográfico, que começa a se esgotar em 2040, vai ter de contar com a inclusão da mão de obra feminina”, projeta.

Ainda que a pauta relacionada a mulheres e mercado de trabalho não seja nova, a abordagem que o estudo dá ao tema deve lançar luz às questões do futuro da macroeconomia brasileira. “Como não se olha para o mercado de trabalho em termos de gênero, esta não é uma questão que esteja na pauta dos gestores”, avalia Cynthia de Almeida, do Movimento Habla, da Abril, que coordena o estudo.

Uma “outra” classe C

Outro dado apresentado pelo Nossa Felicidade é a dimensão de consumo e papel econômico representado pelas mulheres brasileiras. Em termos absolutos, a renda total da chamada classe C é de R$ 700 bilhões. A renda de mulheres de todas as classes socioeconomicas não fica longe: R$ 620 bilhões (Fundação Getúlio Vargas, a partir dos microdados do PNAD). Para Brenda, todo potencial feminino representa o equivalente à tão propalada nova classe C brasileira, ainda que a relação entre consumo, força de trabalho e renda das mulheres seja muito menos discutida. “As mulheres serão ainda mais valorizadas; se hoje já são maioria, serão com mais dinheiro e poder de decisão, e isso nos beneficia”, afirma Brenda. 

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