J. Hawilla quer vender Rede Bom Dia

Igor Ribeiro
15 de janeiro de 2013 - 6h57

O empresário J. Hawilla confirmou que está à venda a Rede Bom Dia, cadeia de jornais em operação no interior paulista fundada em 2005. São dez títulos, cinco em operação própria (ABCD, Bauru, Jundiaí, São José do Rio Preto e Sorocaba) e cinco afiliados (Jaú, Itatiba, Marília, São José dos Campos e Taubaté). Também pertencem à Hawilla, por meio do Grupo Traffic, o Diário de S.Paulo, comprado da Infoglobo em 2009, e a TV TEM, com emissoras afiliadas à Globo que atuam em 318 municípios do interior de São Paulo.

Segundo informou o próprio J. Hawilla em entrevista à coluna de Gisele Vitória na IstoÉ Gente, só a Rede Bom Dia está em negociação. Deu indícios de que há comprador em vista, mas não citou nomes, tampouco valores.

As declarações de Hawilla ocorrem após uma série de reestruturações, sobretudo na área editorial, que a empresa vem realizando desde agosto de 2011, quando foi demitido o diretor de redação do Bom Dia, Márcio ABC, cujo cargo foi extinto. Em janeiro de 2012 o grupo demitiu, entre Diário e Bom Dia, 68 funcionários. Em abril do ano passado, Fernando Miziara assumiu a direção geral da Rede Bom Dia e do Diário de S.Paulo. O executivo tinha a missão de integrar os jornais ao restante dos produtos de Comunicação. Os impressos criaram, então, uma Central de Edição Compartilhada (CEC), que passou a produzir conteúdo para toda a rede, exceto as notícias locais de cada título. Essa reestruturação causou a demissão de mais 12 funcionários da redação em outubro último.

Apesar do crescimento da circulação do meio jornal no período, os impressos da Traffic tiveram queda na última década. A Rede Bom Dia tinha, em 2007, circulação média consolidada de 25 mil exemplares diários segundo o IVC; a média de setembro a novembro de 2012 foi de 15.106 exemplares. O Diário de S.Paulo circulava com média de 72 mil exemplares quando Hawilla o adquiriu da Infoglobo; os dados mais recentes do IVC, de setembro a novembro, apontam tiragem média diária de 44.553 exemplares. O ônus acabou se tornando pesado para a Traffic, que também trabalha com marketing esportivo, agenciamento de atletas e produção de conteúdo audiovisual (por meio da TV 7).